Profissionais de saúde pedem resgate de vítimas civis em conflito entre Israel e Hamas no Oriente Médio

Profissionais de saúde de todo o mundo fizeram um apelo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas pelo resgate de vítimas civis do conflito entre Israel e o Hamas, no Oriente Médio. A carta enviada nesta segunda-feira (16) é uma iniciativa da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública, que reúne entidades sanitaristas de 130 países e representam cerca de 5 milhões de profissionais de saúde.

O documento destaca que, das cerca de 10 mil vidas humanas perdidas e mais de 15 mil feridos, mutilados e incapacitados, a maioria são de civis inocentes, especialmente crianças, mulheres e idosos. A carta foi enviada no dia em que o Conselho de Segurança se reúne pela terceira vez em pouco mais de uma semana, na tentativa de aprovar uma resolução que abra caminho para assistência humanitária na Faixa de Gaza, que está à beira de um colapso.

A Federação Mundial de Associações de Saúde Pública pede que a ONU e as autoridades israelenses e palestinas levem mulheres e crianças para locais seguros, podendo usar hospitais em terra e navios-hospital ou embarcações que possam acomodar as vítimas sob supervisão das Nações Unidas. O texto ressalta a situação de falta de alimentos, energia, água e insumos de saúde, que estão praticamente esgotados.

Em entrevista à Agência Brasil, o médico sanitarista Paulo Buss, diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que participa desta mobilização internacional, afirmou que o cenário descrito por profissionais que atuam em Gaza é de “absoluto terror”.

“Os hospitais estão superlotados, não têm mais vaga. Os corpos não estão sequer sendo enterrados. Além disso, há um grande número de pessoas que não têm nada a ver com o hospital, mas tenta se abrigar nas imediações dessas unidades, de forma desesperada, por serem supostamente locais mais seguros, o que causa um caos nas ruas”, afirmou.

Buss também estimou que, se nada for feito, o número de mortos pode chegar facilmente a 50 mil pessoas nas próximas semanas. “Quem mais está sendo vitimado são mulheres, crianças, adolescentes, idosos, ou seja, a população mais vulnerável, com menos capacidade de movimentação. Estão ficando mutiladas, feridas e com agravamentos de saúde mental e emocional terríveis”, ressaltou o médico.

A situação humanitária em Gaza é grave e exige ações urgentes da comunidade internacional. É fundamental que o Conselho de Segurança das Nações Unidas atue para garantir a segurança e o acesso a serviços básicos de saúde para a população civil. A proteção dos direitos humanos deve ser uma prioridade em qualquer conflito, e é responsabilidade de todos os envolvidos encontrar uma solução pacífica e duradoura para o conflito entre Israel e o Hamas. O apelo dos profissionais de saúde é um lembrete poderoso de que devemos colocar as vidas humanas acima de qualquer consideração política. As vítimas inocentes, especialmente as crianças, mulheres e idosos, não podem mais suportar o fardo desse conflito. É hora de agir e buscar uma solução que traga paz e segurança para todos na região do Oriente Médio.

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