De acordo com o relatório elaborado pela comissão, essas personalidades são acusadas de associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito e golpe de estado. O ex-presidente Jair Bolsonaro é apontado como responsável por crimes como associação criminosa, tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de depor governo legitimamente constituído e emprego de medidas para impedir o livre exercício de direitos políticos.
Além de Bolsonaro, outros nomes conhecidos também foram incluídos na lista, como os generais Wálter Braga Netto, Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos, Paulo Sérgio Nogueira, Marco Antonio Freire Gomes, Ridauto Lúcio Fernandes, Carlos Feitosa Rodrigues e Carlos José Penteado. Também estão presentes na lista o ex-comandante da Marinha, Almirante Almir Garnier Santos, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques.
Segundo a relatora Eliziane Gama, o nome de Bolsonaro foi citado por pessoas que são próximas a ele, destacando que as tentativas de golpe não se caracterizaram por tanques, carros ou soldados, mas sim pela disseminação de mentiras e propagação de ódio, especialmente em ambiente digital, utilizando inclusive símbolos nacionais.
A relatora ainda ressaltou que as forças paramilitares foram instrumentalizadas para preparar, arregimentar e armar as forças milicianas, de forma que o golpe não se parecesse com um golpe. Ela destacou que, por isso, as instituições democráticas foram tão atacadas.
Sobre a participação de Bolsonaro na tentativa de golpe, Eliziane Gama afirmou que desde o início de seu mandato, o ex-presidente sempre atentou contra as instituições democráticas e alimentou a violência dos brasileiros contra qualquer um que discordasse dos ideais bolsonaristas. Citou também os discursos de Bolsonaro, nos quais ele mencionava a possibilidade de uma guerra civil com milhares de mortos e questionava a segurança das urnas eletrônicas.
Além dos nomes já mencionados, a lista dos indiciados também inclui condenados por envolvimento na tentativa de explosão de um caminhão de combustíveis nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília, bem como integrantes do chamado gabinete do ódio.
O relatório completo já está disponível no site do Senado Federal para consulta.