Segundo Trump, o julgamento é uma “caça às bruxas” liderada por uma procuradora-geral “radical e lunática”. Ele também afirmou que se trata de um julgamento fraudulento presidido por um “juiz democrata” com visões “muito liberais”. Além disso, Trump alegou, falsamente, que teve seu “direito de falar” retirado pela juíza federal que irá presidir seu julgamento por conspirar para anular as eleições americanas de 2020.
No entanto, a juíza Tanya Chutkan não retirou o direito de fala de Trump. Ela apenas ordenou que ele não atacasse publicamente os promotores, o pessoal do tribunal ou possíveis testemunhas antes do início do julgamento, agendado para março de 2024. Essa decisão veio após o promotor especial Jack Smith argumentar que a retórica explosiva do ex-presidente ameaça enfraquecer seu julgamento por subversão eleitoral.
O juiz Arthur Engoron, responsável pelo julgamento por fraude civil, também impôs uma ordem de silêncio limitada a Trump neste mês, após ele insultar um secretário judicial nas redes sociais. Engoron proibiu todas as partes de publicar, enviar e-mails ou falar publicamente sobre a equipe do tribunal.
Trump, favorito para a indicação presidencial do Partido Republicano em 2024, já havia assistido à abertura deste julgamento em outubro, no qual ele e seus filhos Eric e Donald Jr. são acusados de sobrevalorizar suas propriedades para obterem empréstimos mais vantajosos dos bancos.
O ex-presidente tem muito em jogo nesse processo civil, que pode custar-lhe o controle de seu império empresarial, além de sanções econômicas de até 250 milhões de dólares. Sua presença no julgamento desta terça-feira poderia ter gerado um confronto explosivo com seu ex-advogado e agora inimigo, Michael Cohen, mas o depoimento de Cohen foi adiado por motivos médicos.
Trump também deve comparecer às audiências de quarta e quinta-feira, após realizar dois comícios em Iowa na segunda-feira. Atualmente, quatro processos criminais aguardam o ex-presidente, incluindo um em que ele é acusado de suas tentativas de reverter os resultados das eleições de 2020.
Nesse processo civil, a procuradora-geral de Nova York acusa Trump, seus filhos e ex-executivos da Organização Trump de inflarem o valor de suas propriedades para obterem vantagens financeiras. O juiz Engoron determinou que as fraudes ocorreram e que os ativos foram sobrevalorizados em bilhões de dólares entre 2014 e 2021.
Assim, o julgamento de Trump por supostas fraudes financeiras está em andamento, envolvendo acusações sérias que podem ter impacto direto em seu império empresarial e na sua possível candidatura presidencial em 2024. A presença explosiva de Trump no tribunal nesta terça-feira foi adiada devido ao adiamento do depoimento de Michael Cohen, seu ex-advogado.
