Tamanha gravidade da situação levou o governador do estado, Wilson Lima, a decretar situação de emergência em 55 dos 62 municípios do Amazonas em setembro. Atualmente, 58 municípios estão em estado de calamidade e/ou emergência devido à seca.
No intuito de buscar soluções para a crise, o governador se reuniu com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, na segunda-feira, para discutir uma parceria entre os governos federal, estaduais e municipais para fortalecer a atenção à saúde da população afetada. Nessa ocasião, foi anunciado o repasse de mais de R$ 233 milhões aos 62 municípios do Amazonas. Desse valor, R$ 225 milhões serão destinados à média e alta complexidade em 59 municípios e R$ 8,9 milhões serão voltados à atenção primária em três cidades específicas.
Dos R$ 225 milhões destinados à média e alta complexidade, R$ 102,3 milhões serão liberados em parcela única para os municípios e R$ 122,7 milhões serão incorporados ao teto de média e alta complexidade do estado. O objetivo é utilizar esses recursos para auxiliar no abastecimento de unidades de saúde municipais com medicamentos, equipamentos de proteção individual (EPIs) e insumos hospitalares.
Diante dessa situação crítica, é importante ressaltar que a seca no Amazonas também tem impactado outros aspectos além do volume de água dos rios. Segundo a rede colaborativa MapBiomas, o estado registrou em setembro a menor extensão coberta por água desde 2018. As imagens de satélite revelam a redução da superfície de água em rios, lagos e áreas úmidas, afetando diversos municípios. Além disso, lagos inteiros secaram em áreas de várzea na Reserva Extrativista Auatí-Paraná, ocasionando problemas ambientais e sociais.
Diante desse cenário, a seca severa na Amazônia em 2023 é atribuída à combinação do fenômeno El Niño com o aquecimento do Atlântico Norte, o que tem levado a uma intensa estiagem. A previsão é que essa situação perdure até janeiro de 2024. O Amazonas é um dos estados mais afetados, registrando condições de seca em várias de suas estações hidrológicas.
A situação do Rio Negro e da seca em geral no Amazonas exige urgência e ações efetivas para minimizar os impactos na população e no meio ambiente. É fundamental que os governos federal, estaduais e municipais continuem trabalhando em conjunto para providenciar recursos e soluções que auxiliem no enfrentamento dessa crise.