Bombardeio israelense à Faixa de Gaza atinge 24 instalações da UNRWA e mata 14 membros da equipe

Nos últimos dias, a situação na Faixa de Gaza tem se intensificado com o aumento dos bombardeios israelenses. De acordo com um relatório divulgado pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA), até o momento, vinte e quatro de suas instalações já foram atingidas e catorze membros de sua equipe foram mortos desde o início dos ataques no dia 7 de outubro.

O relatório revela que alguns dos funcionários da UNRWA perderam a vida junto com suas famílias, o que é profundamente lamentável. No entanto, a agência acredita que o número de vítimas pode ser ainda maior. Na última terça-feira, mais um ataque ocorreu, dessa vez atingindo uma escola no campo de refugiados palestinos de Al-Maghazi, resultando na morte de pelo menos seis pessoas e deixando outras feridas. A escola estava abrigando cerca de 4 mil pessoas no momento do ataque.

A agência manifestou seu repúdio a esses ataques, afirmando que nenhum local em Gaza é seguro, nem mesmo as instalações da UNRWA. Philippe Lazarini, comissário-geral da UNRWA, divulgou um comunicado nesta quarta-feira, alertando para a gravidade da situação. Segundo ele, mais de 1 milhão de pessoas foram forçadas a sair de suas casas em apenas uma semana, sendo que mais de meio milhão delas estão abrigadas nas escolas e instalações mantidas pela UNRWA no sul de Gaza. Além disso, existem muitas outras pessoas nas instalações no norte da Faixa que não estão sendo assistidas pela agência.

Não é a primeira vez que instalações da ONU em Gaza são atacadas. Durante a ação militar israelense em 2014, sete abrigos mantidos pela UNRWA foram bombardeados, resultando na morte de crianças que buscavam refúgio. Segundo o coordenador do Observatório Saúde e Migração, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Alexandre Branco Pereira, esses ataques demonstram um terrorismo de Estado por parte de Israel. Pereira destaca que Israel busca causar desnorteamento e insegurança nas pessoas, não havendo nenhum lugar seguro. Durante essa crise, Israel chegou a indicar rotas para que as pessoas do Norte de Gaza se deslocassem para o sul e depois bombardeou essas mesmas rotas, resultando em mortes.

O relatório também chama atenção para as consequências humanitárias da atual situação. Apesar de Israel orientar os civis a se deslocarem para o sul de Gaza, estão ocorrendo ataques nessa região também. Além disso, a falta de água e os danos causados aos hospitais estão colocando a população em risco iminente de morte e doenças. A UNRWA ressalta que seus estoques de medicamentos podem se esgotar em breve, o que representa uma grave preocupação para o atendimento médico à população.

Diante desse contexto, é evidente a necessidade de uma intervenção imediata para proteger a população civil e garantir o acesso a serviços essenciais, como água potável e cuidados médicos. A comunidade internacional deve se mobilizar para pressionar por um cessar-fogo e promover negociações que levem a uma solução pacífica para o conflito entre Israel e Palestina. A vida das pessoas não pode continuar sendo sacrificada nessa escalada de violência.

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