Essa movimentação abre espaço para a possível nomeação do delegado Marcus Amim como substituto de Torres. Segundo pessoas próximas ao ex-secretário, Torres não foi informado sobre a possibilidade de perder o cargo e só ficou sabendo das mudanças pela imprensa.
Durante a tarde, Torres se reuniu com sua equipe para se despedir. Em seu discurso, ele expressou a opinião de que a polícia está dividida. O ex-secretário, que foi nomeado há menos de um mês, também brincou ao dizer que não entrará para o Guinness World Records, o livro dos recordes, porque descobriu que um secretário anterior teve uma gestão ainda mais curta e ficou apenas um dia no cargo.
Nos bastidores, o nome de Marcus Amim já era cogitado como uma das opções para assumir o cargo vago. Além dele, outros nomes como Antenor Lopes e Pedro Medina também foram mencionados por servidores.
A saída de Torres é considerada polêmica, uma vez que sua nomeação em setembro já havia ocorrido contra a vontade de alguns deputados da Alerj, como o presidente Rodrigo Bacellar (PL), que havia indicado outro nome para o cargo. No entanto, Marcus Amim conta com o apoio dos parlamentares, especialmente de Marcio Canella (União Brasil).
Amim é delegado da Polícia Civil há 10 anos, mas está na instituição desde 2002. Para que sua nomeação seja efetivada, é necessário que a Alerj aprove a mudança no estatuto da corporação.
Ao longo de sua carreira como delegado titular, Amim comandou a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), a Delegacia Especializada em Armas Munições e Explosivos (Desarme) e a 27ª DP (Vicente Carvalho). Desde junho, ele ocupa o cargo de presidente do Detran.
Com a saída de Torres e a possível entrada de Marcus Amim, há expectativas de mudanças na Polícia Civil do Rio de Janeiro, uma vez que novas lideranças podem trazer diferentes abordagens e estratégias para a instituição.