Países europeus em alerta máximo após ameaças terroristas e antissemitas seguintes a explosão em hospital de Gaza

Países europeus estão em alerta máximo diante de possíveis ataques terroristas e antissemitas, em meio à explosão do hospital Al-Ahli, o mais antigo de Gaza, ocorrida na terça-feira. Alemanha, Itália e França amanheceram nesta quarta-feira com ameaças de bomba e atentados a prédios judaicos. Esses alertas chegam em um momento de protestos em países árabes contra Israel e o Ocidente, que são responsabilizados pelas autoridades palestinas pelos massacres contra civis palestinos.

Na França, seis aeroportos, incluindo os de Lille e Lyon, foram evacuados após ameaças de bomba recebidas pela polícia. O país havia declarado alerta máximo de segurança na semana passada, após um radical islâmico assassinar um professor em uma escola na cidade de Arras. Desde então, atrações turísticas como o Museu do Louvre e o Palácio de Versalhes têm sido fechados e evacuados devido a ameaças semelhantes.

Na Alemanha, uma sinagoga em Berlim foi atacada com coquetéis molotov durante a madrugada. A polícia informou que dois suspeitos ainda não identificados teriam arremessado os objetos inflamáveis no local. Embora não tenha havido danos relevantes, o caso está sendo investigado.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, condenou o antissemitismo em uma publicação nas redes sociais, sem fazer menção direta ao incidente em Berlim. Ele afirmou que “ataques contra instituições judaicas e incidentes violentos nas ruas são inumanos, repugnantes e não podem ser tolerados” e que o antissemitismo não tem lugar na Alemanha.

Na Itália, uma escola judaica no centro de Roma precisou ser evacuada após um alerta de bomba. As autoridades isolaram o local e enviaram cães farejadores para verificar a presença de explosivos, mas até o início da manhã desta quarta-feira não haviam confirmado se algum dispositivo foi encontrado.

Essas ameaças e ataques geraram ainda mais preocupação por ocorrerem em um dia de agitação no Oriente Médio e entre as comunidades islâmicas em geral, após o massacre no hospital al-Ahli em Gaza. Protestos têm sido registrados desde terça-feira em países como Líbano, Iêmen, Tunísia, Marrocos, Irã e Jordânia, e novos atos estão previstos para esta quarta-feira. No Líbano, um prédio da ONU foi atacado, enquanto as agitações sociais fizeram o presidente americano, Joe Biden, cancelar uma reunião de cúpula com líderes regionais que seria realizada na Jordânia.

As autoridades europeias condenaram a explosão do hospital em Gaza. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que “não há desculpa para atingir um hospital cheio de civis” e defendeu que todos os fatos sejam esclarecidos e que os responsáveis sejam responsabilizados. O chefe das relações exteriores da União Europeia, Josep Borrell, também lamentou que “mais uma vez, os civis inocentes paguem o preço mais alto” e defendeu a responsabilização dos culpados.

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