Palestinos e brasileiros realizam ato em São Paulo em apoio aos residentes da Faixa de Gaza e protestam contra bombardeio em hospital

Palestinos e brasileiros se reuniram no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, na última quarta-feira (18), para realizar um ato em apoio aos residentes da Faixa de Gaza. O protesto foi uma resposta aos recentes ataques militares intensificados por Israel após os atentados do grupo Hamas no dia 7 de outubro.

Além de manifestar solidariedade aos palestinos, os participantes também protestaram contra o bombardeio ao Hospital Ahli-Arab, na Faixa de Gaza, que ocorreu no dia anterior e deixou centenas de mortos. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, aproximadamente 500 pessoas foram mortas ou feridas no ataque. Israel negou a autoria do bombardeio e culpo a Jihad Islâmica, que também negou envolvimento.

Durante o ato, Omar Naji, um palestino nascido em Belém e que vive no Brasil há oito anos, expressou seu desejo de que o derramamento de sangue na Palestina acabe por meio da obtenção de um Estado livre e palestino, com todos os direitos garantidos. Ele ressaltou que o conflito israelense-palestino já dura mais de 75 anos e que a paz só será alcançada quando houver o fim das ações israelenses na região.

A comunidade judaica brasileira também se manifestou em relação ao conflito, assinando um manifesto que condena o terrorismo e defende a paz. O documento, que já conta com mais de 200 assinaturas, classifica o terrorismo como a mais perversa ameaça à civilização humana, repudiando todas as formas de violência indiscriminada. O manifesto também lamenta a morte de israelenses e palestinos e pede a libertação de reféns em poder do Hamas, além de defender a chegada de ajuda humanitária aos afetados pelo conflito.

No entanto, apesar dos apelos de diferentes grupos e indivíduos pela paz e por uma solução para o conflito israelense-palestino, Amas Obid, um sírio que vive no Brasil há sete anos, descreveu sua desesperança em relação à capacidade da Organização das Nações Unidas (ONU) de estabelecer a paz na região. Ele citou o recente veto dos Estados Unidos à proposta de cessar-fogo apresentada pelo Brasil como exemplo da ineficácia da ONU. Segundo Obid, é difícil acreditar nas “peças de teatro” realizadas pelo Conselho de Segurança da ONU quando ocorrem massacres como o do hospital Ahli-Arab.

A proposta brasileira de pausas humanitárias aos ataques entre Israel e o Hamas foi rejeitada pelo Conselho de Segurança da ONU, com 12 votos a favor, duas abstenções (uma delas da Rússia) e um voto contrário dos Estados Unidos. O voto norte-americano, como membro permanente, resultou na rejeição da proposta brasileira.

Enquanto as discussões diplomáticas continuam, a tensão e o sofrimento na região persistem. A população civil, tanto de israelenses quanto de palestinos, paga o preço mais alto nesse conflito que já se arrasta por décadas. A esperança é de que, um dia, as vozes por paz e justiça sejam ouvidas e que um acordo duradouro possa ser alcançado.

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