O senador demonstrou surpresa com a parcialidade do relatório e criticou a exclusão de importantes informações. Ele mencionou a omissão do general GDias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que foi exonerado antes da instalação da comissão. Segundo Girão, o relatório derreteu a credibilidade da CPMI ao não sugerir um indiciamento para o general GDias, mesmo após o Brasil inteiro ter visto ele e sua equipe servindo água aos invasores, sem acionar os pelotões disponíveis da Guarda Presidencial para proteger o Palácio do Planalto.
Além disso, Girão também questionou a ausência de menção ao ministro da Justiça, Flávio Dino, no relatório, alegando que ele foi protegido. O senador afirmou que Dino se recusou a entregar as imagens das câmeras do Ministério da Justiça no dia da invasão, recorrendo ao Supremo Tribunal Federal (STF). Girão ressaltou a incoerência e inconsistência das justificativas dadas por Dino, que alegou que as imagens foram apagadas, mesmo entregando duas imagens de 200 câmeras.
Girão criticou ainda o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, considerando-o uma “revanche política injusta”. Na visão do senador, o ex-presidente não deveria responder por associação criminosa, abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado, como sugere a relatora. Além disso, ele condenou o indiciamento do ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, general Walter Braga Netto, argumentando que ele sequer foi ouvido pela CPMI.
As declarações de Girão mostram a insatisfação com a parcialidade do relatório apresentado pela senadora Eliziane Gama. O senador ressaltou a importância de uma investigação imparcial e abrangente dos ataques aos Poderes da República, sem “blindar” ninguém. A controvérsia em torno do relatório reforça a polarização política e as disputas entre os diferentes grupos no cenário político brasileiro.