Na última quarta-feira, o Conselho de Segurança rejeitou a resolução brasileira que buscava encontrar uma saída diplomática para a guerra. A proposta brasileira recebeu o apoio de 12 delegações entre os 15 países que compõem o Conselho, além de duas abstenções. No entanto, os EUA, que historicamente blindam questões envolvendo Israel, vetaram o texto.
A possibilidade de apresentação de um novo texto pelo Brasil não está descartada. A decisão sobre o assunto será tomada após a chegada do chanceler Mauro Vieira a Nova York. No entanto, dentro do governo brasileiro existe a preocupação de que, qualquer que seja o formato do novo texto, os americanos possam rejeitá-lo em busca de protagonismo. Isso seria confirmado pela visita do presidente dos EUA, Joe Biden, a Tel Aviv.
Pesquisas recentes indicam que Biden corre o risco de perder a eleição para seu antecessor, Donald Trump. Portanto, o presidente dos EUA considera importante o apoio incondicional a Israel, pois isso melhora sua popularidade. O cenário político interno nos EUA tem influenciado as atitudes e decisões em âmbito internacional.
No Palácio do Planalto, avalia-se que, mesmo com a não aprovação do texto, os 12 votos conquistados pelo Brasil podem ser considerados uma vitória. A expectativa era conseguir nove votos, que é o mínimo para aprovar uma resolução. O placar abre caminho para o estudo de novas formas de reapresentar uma proposta, enquanto o Brasil estiver na presidência do Conselho de Segurança da ONU.
É importante ressaltar que o Conselho de Segurança da ONU é composto por cinco membros permanentes, com direito a veto: EUA, China, Rússia, Reino Unido e França. Essa estrutura tem sido alvo de críticas por sua ineficácia e falta de soluções para conflitos em todo o mundo. A questão envolvendo Israel e o Hamas é apenas um exemplo disso.
A resolução apresentada pelo Brasil incluía pontos como a condenação de toda a violência e hostilidades, a liberação de reféns, a proteção de civis e trabalhadores humanitários, entre outros. O objetivo era buscar uma saída pacífica para a situação no Oriente Médio. No entanto, a decisão dos EUA de vetar o texto mostra que interesses políticos internos podem se sobrepor aos esforços pela paz e diplomacia.