Lula se empenhou pessoalmente nessa questão desde que assumiu o Palácio do Planalto em seu terceiro mandato. Com sua participação direta, o acordo foi anunciado na última terça-feira, com a presença de observadores e a suspensão temporária das sanções econômicas por parte dos Estados Unidos.
Tudo começou com um processo negociador envolvendo o Brasil e outros atores meses antes do acordo formal entre governo e oposição venezuelanos. O Brasil teve participação intensa nas discussões, com o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, sendo enviado por Lula para testemunhar a assinatura do acordo em Barbados.
O acordo foi firmado sob a mediação da Noruega, o patrocínio do México e a presença de Estados Unidos, Colômbia, Rússia e Países Baixos. O Brasil foi convidado a participar da cerimônia de assinatura pelo seu envolvimento ativo nessas negociações. Amorim ressaltou a importância desse acordo para o Brasil, para a Venezuela e para as relações entre a América do Sul e os EUA.
O presidente Lula atuou diretamente em conversas com Maduro e líderes mundiais, como Joe Biden e Emmanuel Macron. Sempre que havia encontros com autoridades dos EUA, a Venezuela era um tema obrigatório, junto com um apelo pelo fim das sanções econômicas.
Apesar do clima positivo, Amorim ressaltou que ainda é cedo para comemorar totalmente, pois todas as sanções precisam ser retiradas e as eleições na Venezuela realizadas. A oposição venezuelana ainda tem pendências a serem resolvidas, como a elegibilidade de alguns candidatos, mas a prioridade agora é garantir eleições limpas e transparentes até o próximo ano.
O Brasil considera a normalização política na Venezuela fundamental para a estabilidade na região. Lula fortalece seu papel de mediador e facilitador nesse processo, apostando na negociação como a melhor solução para os desafios enfrentados.
Esse acordo é mais um passo importante na direção da normalização do diálogo político na Venezuela, mostrando a importância da estratégia brasileira de privilegiar o entendimento entre as forças políticas e sociais venezuelanas. As críticas a essa estratégia se mostram equivocadas, principalmente agora que os EUA começam a rever suas posições em relação à Venezuela e a levantar as sanções econômicas.
O próximo passo será a realização das primárias pela oposição venezuelana no domingo, para escolher seu candidato à eleição. Maduro ainda não formalizou sua candidatura, mas espera-se que ele concorra à reeleição. O papel do Brasil nesse processo é fundamental para garantir eleições justas e transparentes, construindo um futuro melhor para a Venezuela e para toda a região.
