Pesquisadores aguardam resultados de exames para identificar causas da morte de botos e tucuxis no lago Tefé, no Amazonas, em operação emergencial.

Pesquisadores da operação Emergência Botos Tefé estão aguardando os resultados de exames para descobrir as causas da mortandade de mais de 150 botos e tucuxis no Lago Tefé, no Amazonas. A hipótese principal é que a alta temperatura da água tenha sido responsável pelas mortes. As amostras estão passando por análises laboratoriais para verificar se houve alguma alteração nos tecidos cerebrais dos animais devido à elevada temperatura do lago, que chegou a mais de 39°C.

Segundo Ayan Fleischmann, coordenador da Comissão Técnica Águas da Amazônia da ABRHidro e pesquisador do Instituto Mamirauá, os pesquisadores esperam ter os resultados em uma semana. As análises são consideradas complexas e estão sendo feitas com urgência. A temperatura da água no dia em que ocorreram 70 mortes de botos chegou a 39,1°C. Apesar de ser apontada como a principal causa, os pesquisadores não descartam a possibilidade de outras causas, como patologias ou intoxicação causada pelo crescimento de fitoplânctons.

De acordo com Fleischmann, é difícil ter um diagnóstico único, mas todos os sinais clínicos encontrados nas necrópsias indicam que a hipertermia pode ter sido a causa das mortes. Até terça-feira (17), foram registradas 153 mortes de botos, sendo 130 botos vermelhos e 23 tucuxis. Amostras de tecidos e órgãos foram enviadas para laboratórios especializados para análises.

Até o momento, não foram encontrados indícios de um agente infeccioso relacionado às mortes. O boletim mais recente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informa que a mortandade de peixes na região é considerada normal para eventos de seca extrema. Além disso, não há evidências de que a toxina da alga Euglena sanguínea, encontrada no lago desde o dia 3 de outubro, esteja relacionada à mortalidade de golfinhos ou à morte de peixes.

Visando evitar mais mortes de botos, os pesquisadores estão montando uma barreira física para isolar trechos mais quentes do lago. A estratégia consiste em conduzir os animais para áreas mais profundas, onde a temperatura é mais baixa. A condução para águas mais profundas também visa evitar o estresse dos animais. Até o momento, nenhum animal foi resgatado.

A equipe da operação Emergência Botos Tefé espera que os resultados dos exames ajudem a esclarecer as causas dessa mortandade e que as medidas tomadas possam proteger os animais da região. O Lago Tefé abriga uma importante população de botos e a morte em massa desses animais é um grave problema ambiental que precisa ser solucionado. Com a resposta mais precisa das causas, será possível adotar medidas de prevenção e conservação mais eficazes.

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