Na carta, os congressistas afirmam que a Argentina enfrenta atualmente a sua maior crise econômica, política e moral, que teria sido causada por políticas públicas assistencialistas empregadas há anos. Eles criticam o kirchnerismo, representado por Néstor e Cristina Kirchner e pelo atual presidente, Alberto Fernández, que possuem ideais populistas de esquerda.
Mas o que chama a atenção é a crítica ao governo Lula por supostas interferências no pleito da Argentina. De acordo com o documento, Milei representa o enfrentamento às ameaças e ataques dos adversários políticos, sem se omitir diante da casta política argentina que há anos emprega políticas assistencialistas e contrárias ao livre mercado.
Entre os deputados que assinaram a carta, estão parlamentares de partidos adversários do governo Lula, como Rodrigo Valadares, Coronel Assis, Cristiane Lopes, Luiz Ovando, Evair Vieira de Melo, Felipe Francischini, Leur Lomanto Júnior, Luiz Carlos Busato, Messias Donato, Nicoletti, Padovani, Reinhold Stephanes Júnior, Sargento Fahur, Thiago Flores e Zucco.
É importante ressaltar que esses deputados fazem parte de partidos que ocupam cargos no primeiro escalão do governo. Por exemplo, o União Brasil possui ministérios liderados por Celso Sabino e Juscelino Filho. O PSD tem três ministérios comandados por Carlos Fávaro, André de Paula e Alexandre Silveira. O Republicanos e o PP possuem um ministério cada, comandados por Silvio Costa Filho e André Fufuca, respectivamente. O MDB também está presente no primeiro escalão, com Renan Filho, Simone Tebet e Jader Filho.
É interessante observar que, dos 54 deputados que assinaram a carta e pertencem à oposição, a maioria é do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas também há representantes do Novo, PSDB e Podemos.
Além de terem assinado a carta, alguns deputados brasileiros até receberam autorização da Câmara dos Deputados para viajar em missão oficial e acompanhar a votação na Argentina. Entre eles estão Rodrigo Valadares, Eduardo Bolsonaro e Marcel van Hattem.
É importante destacar que essa carta de apoio de deputados brasileiros a um candidato estrangeiro gera polêmica e levanta questionamentos sobre a interferência do Brasil em assuntos internos de outros países. Cabe agora aos eleitores argentinos decidirem nas urnas.