De acordo com a Coleção 8 do Mapeamento Anual da Cobertura e Uso da Terra no Brasil, a apropriação da agropecuária foi o principal fator responsável pela devastação das florestas. Nos últimos cinco anos, esse processo de desmate se acelerou, resultando em uma perda de 11% dos 87,6 milhões de hectares destruídos. Os biomas mais afetados nesse período foram a Amazônia, com 13% de sua área de floresta desmatada, e o Cerrado, com 27% de perda.
O mapeamento considera diferentes tipos de cobertura arbórea, como formações florestais, savanas, florestas alagáveis, mangue e restinga. Segundo o MapBiomas, esses ecossistemas ocupam 58% do território nacional. Quando analisamos todos esses biomas, a Amazônia se destaca com 78% de sua área composta por florestas naturais, seguida pela Caatinga, com 54%.
Dentre as formações florestais, que são áreas de vegetação com predomínio de espécies arbóreas e dossel contínuo, foram perdidos 58 milhões de hectares nos últimos 38 anos. Isso corresponde a uma diminuição de 14% nesse tipo de floresta. Curiosamente, o único bioma em que o desmatamento se manteve estável ao longo do tempo foi o Pampa.
De acordo com o MapBiomas, quase todo o desflorestamento (95%) no Brasil é resultado do avanço da agropecuária, que transforma áreas de florestas em pastagens e utiliza espaços para o cultivo agrícola. Nas primeiras duas décadas do período analisado, houve um aumento na perda de florestas, seguido por uma redução a partir de 2006.
Um dos aspectos destacados nesse levantamento foi o monitoramento das florestas alagáveis na Amazônia, que se formam próximas a cursos d’água. Entre 1985 e 2022, 430 mil hectares dessas florestas foram perdidos, correspondendo a 4,4% do bioma. Esse é mais um indício preocupante do avanço do desmatamento em regiões importantes para a conservação da biodiversidade.
Os resultados desse levantamento evidenciam a urgência de medidas efetivas para combater o desmatamento no Brasil. É fundamental promover o desenvolvimento sustentável e a conservação desses ecossistemas vitais para a manutenção do equilíbrio ambiental e para a garantia da qualidade de vida das futuras gerações.