Presidentes e chanceleres latino-americanos se reúnem no México para buscar acordo visando frear a migração ilegal para os Estados Unidos.

No próximo domingo, líderes latino-americanos, incluindo presidentes e chanceleres, se reunirão no México com o objetivo de encontrar um acordo que possa ajudar a controlar a migração ilegal em direção aos Estados Unidos. Essa questão se tornou um desafio global para os EUA, que agora buscam soluções conjuntas com os países latino-americanos.

A reunião, convocada pelo México, acontecerá em Palenque, no estado de Chiapas, região que serve como porta de entrada para centenas de milhares de pessoas que fogem da pobreza em busca de uma vida melhor. De acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), 32,3% dos latino-americanos estão atualmente vivendo na pobreza.

Somente em 2023, cerca de 1,7 milhão de pessoas chegaram à fronteira dos Estados Unidos atravessando o México, muitas vezes com a ajuda de traficantes de pessoas ligados a cartéis do narcotráfico. O tráfico de pessoas se tornou um negócio lucrativo, com grandes somas de dinheiro circulando por trás desse comércio ilegal, como destacou uma fonte do governo americano à AFP.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que é necessário chegar a um acordo e buscar a cooperação do governo dos Estados Unidos para enfrentar esse desafio. Além do México, outros países como Colômbia, Cuba, Equador, Guatemala, Honduras, Venezuela e Haiti também estarão presentes na reunião.

O principal objetivo do encontro é criar condições de bem-estar social que desestimulem a migração ilegal, além de abordar as avaliações dos Estados Unidos sobre países como Venezuela e Cuba. O México busca tirar a pressão que recai sobre o país e promover uma abordagem regional para o problema, buscando o início de um diálogo com os países do sul.

Enquanto isso, o presidente americano Joe Biden solicitou ao Congresso uma verba de 13,6 bilhões de dólares para fortalecer a fronteira com o México, controlar a imigração ilegal e combater o tráfico de drogas. A crise migratória se tornou um dos obstáculos para a reeleição de Biden em 2024.

Enquanto líderes latino-americanos e americanos buscam um acordo para lidar com a migração ilegal, organizações como a Anistia Internacional pedem garantias para o direito de solicitar asilo e o fim da estigmatização e discriminação dos migrantes.

No entanto, especialistas afirmam que essa cúpula é mais um gesto político do que uma solução real para o problema. Eles ressaltam a necessidade de combater as causas da migração e criticam a política inconsistente adotada pelos Estados Unidos ao priorizar certos países e, em seguida, mudar abruptamente os programas de regularização, o que acaba sendo aproveitado pelas redes de tráfico de pessoas.

Enquanto a situação no Haiti e na Venezuela não mudar, não importa quantos agentes da patrulha de fronteira os Estados Unidos tenham, a migração ilegal continuará sendo um desafio. Portanto, é necessário enfrentar as causas subjacentes desse fenômeno e promover medidas de cooperação e desenvolvimento regional para controlar a migração de forma eficiente.

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