Desde então, os bombardeios israelenses em resposta já causaram mais de 4.300 mortes, incluindo mais de 1.500 crianças, segundo o Ministério da Saúde palestino. Este conflito, que se estende também para Israel e os territórios ocupados desde 1967, tem resultado em repressões e perseguições a árabes israelenses e palestinos que se manifestam publicamente em apoio a Gaza.
Um exemplo disso é o caso da cantora palestina Dalal Abu Amneh, que compareceu a uma delegacia de polícia para registrar ameaças de morte que recebeu em árabe e em inglês. Ao invés de abrir uma investigação sobre as ameaças, a polícia a deteve por um comentário que ela publicou no Facebook depois dos primeiros bombardeios de Israel sobre Gaza. Ela foi algemada, submetida a insultos e humilhações, e teve que pagar fiança para ser libertada, mas agora está em prisão domiciliar e não pode publicar nada relacionado à guerra.
Outras pessoas foram detidas por compartilharem vídeos dos israelenses assassinados durante a incursão do Hamas, de acordo com a polícia. Muitos árabes israelenses e palestinos de Jerusalém Leste se recusaram a falar sobre o assunto com medo de represálias.
A polícia israelense já deteve 76 pessoas acusadas de “apoiar organizações terroristas” nas redes sociais em Jerusalém Leste. Entre os detidos estão um advogado, um chef de cozinha e um imã. Além das detenções, há relatos de ameaças de demissão e processos judiciais por parte de estudantes e trabalhadores que expressaram apoio a Gaza nas redes sociais.
O estado de emergência em vigor no país tem facilitado as violações dos direitos individuais e da liberdade de expressão. Cidadãos árabes que expressam opiniões diferentes da tendência geral têm sido demitidos, e medidas autoritárias como a proibição de manifestações contra a guerra têm sido aplicadas.
Essa perseguição está causando medo e restringindo a liberdade de expressão de árabes israelenses e palestinos, criando um clima de intimidação e censura. É importante destacar que traduções errôneas e interpretações descontextualizadas têm sido usadas para justificar as detenções e demissões. Esta situação é uma clara violação dos direitos humanos e prejudica a convivência pacífica entre os diferentes grupos étnicos e religiosos em Israel e nos territórios ocupados. É necessário atentar para esses abusos e buscar formas de promover o diálogo, a compreensão e a paz na região.