CEO do Web Summit, Paddy Cosgrave, renuncia após comentários sobre guerra entre Israel e Hamas. Grandes marcas desistem do festival.

Paddy Cosgrave, CEO do Web Summit, renunciou ao cargo depois de gerar polêmica com comentários sobre a guerra entre Israel e o Hamas. Suas declarações foram motivo de reação negativa por parte de grandes marcas, como Meta e Alphabet, que decidiram não participar do evento.

Os organizadores do Web Summit divulgaram um comunicado afirmando que irão nomear um novo CEO o mais rápido possível e que o evento, previsto para começar em 13 de novembro em Lisboa, irá acontecer conforme planejado.

Cosgrave se desculpou por seus comentários, afirmando que eles se tornaram uma distração para o evento, a equipe, os patrocinadores, as startups e os participantes. Ele lamentou qualquer dano causado por suas palavras.

Tudo começou quando Cosgrave publicou uma mensagem dizendo que “crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando cometidos por aliados”, referindo-se à resposta de Israel aos ataques do Hamas. Esses comentários geraram reação negativa de investidores e fundadores do setor de tecnologia.

Apesar de ter se desculpado em seu blog, o pedido de desculpas não evitou que uma campanha fosse iniciada pedindo o boicote ao evento. Como resultado, marcas como Meta, Google, Amazon, Intel, Siemens e outras cancelaram sua presença. Um grupo de investidores israelenses também pediu o boicote ao Web Summit.

A demissão de Cosgrave foi uma surpresa, já que na semana anterior ele havia indicado que permaneceria no cargo. Segundo informações do jornal irlandês Business Post, ele assegurou aos funcionários que o evento tinha dinheiro suficiente para continuar por pelo menos dois anos.

O Web Summit foi fundado em 2009 por Cosgrave, David Kelly e Daire Hickey em Dublin, antes de ser transferido para Portugal em 2016. Ao longo dos anos, o evento se tornou uma marca global, com edições em diferentes partes do mundo. No ano passado, aconteceu a primeira edição latino-americana, no Rio de Janeiro.

Essa não é a primeira vez que o Web Summit enfrenta polêmicas. No ano passado, convites para palestrantes do Grayzone tiveram que ser cancelados após reações negativas às narrativas anti-governo ucraniano do site. O Grayzone publicava postagens que acusavam altos funcionários do governo ucraniano de simpatia pelo nazismo.

Apesar da renúncia de Cosgrave, o Web Summit pretende seguir em frente e realizar seu evento anual. Resta acompanhar como a polêmica irá impactar a edição deste ano.

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