O objetivo era definir o funcionamento exato do mecanismo, incluindo os valores, os países beneficiários e os contribuintes. Os países ocidentais desejavam incluir a China nesse grupo de contribuintes. Para discutir essas questões, um comitê de transição se reuniu em Aswan, no Egito, até a madrugada deste sábado.
De acordo com as transmissões dos debates disponíveis no YouTube, os delegados afirmaram que não conseguiram chegar a um acordo e adiaram a questão para outra reunião em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, que está prevista para acontecer de 3 a 5 de novembro.
O presidente da COP28, Sultan Ahmed Al Jaber, pediu aos negociadores que alcancem um consenso antes da conferência em Dubai. Ele afirmou que todas as questões podem ser resolvidas e solicitou que o comitê apresente recomendações claras e fortes para a operacionalização do Fundo de Perdas e Danos e dos mecanismos de financiamento.
Antes do fracasso, as negociações esbarraram em um obstáculo relacionado à arquitetura institucional do futuro fundo. Uma opção era utilizar o Banco Mundial, mas essa proposta foi criticada por estar sob controle das potências ocidentais. Outra alternativa seria criar uma nova estrutura independente, o que demandaria mais tempo e financiamento.
O fracasso das negociações reflete o grande abismo entre os países ricos e os países pobres, segundo Harjeet Singh, da ONG Climate Action Network. Essa questão é um dos principais desafios enfrentados pelas nações quando se trata de combater as mudanças climáticas.
A COP28 em Dubai é uma oportunidade crucial para avançar nas discussões sobre a compensação por perdas e danos. Resta saber se os negociadores conseguirão superar as diferenças e chegar a um acordo que atenda às necessidades das nações em desenvolvimento e vulneráveis. A próxima reunião em Abu Dhabi será fundamental nesse processo.