Candidato da extrema-direita obtém 30,06% dos votos nas eleições argentinas, mas não seria eleito presidente no primeiro turno.

Neste domingo (22), aconteceram as Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso) na Argentina, e o candidato da extrema-direita, Javier Milei, surpreendeu ao obter 30,06% dos votos. No entanto, mesmo com essa expressiva votação, Milei não teria sido eleito se esse fosse o primeiro turno das eleições presidenciais, de acordo com o sistema eleitoral do país.

Ao contrário do Brasil, onde o presidente da República é eleito com 50% mais 1% dos votos válidos, a Argentina tem critérios diferentes para a vitória no primeiro turno. São duas possibilidades: o candidato garante a vitória se obtiver 45% dos votos, ou precisa obter 40% dos votos somado a uma diferença de 10 pontos percentuais do segundo colocado.

Com isso, mesmo com os 30% dos votos conquistados por Milei, ele não atingiu nenhuma das porcentagens exigidas para vencer no primeiro turno. No entanto, vale ressaltar que também não é necessário garantir 50% dos votos como no Brasil.

Ao todo, aproximadamente 35 milhões de pessoas estavam aptas a votar e escolher o sucessor de Alberto Fernández, que está no poder desde 2019. Além da disputa pela presidência, os argentinos também escolheram os novos 130 deputados e 24 senadores, bem como os governadores de Buenos Aires e Entre Rios.

As eleições deste ano na Argentina estão cercadas de dúvidas e incertezas. Uma das grandes incógnitas é a real chance de Milei vencer no primeiro turno, além de quem será seu adversário caso ele não consiga essa vitória. Os resultados das primárias mostram que Milei tem tido bons desempenhos nas províncias do interior do país, enquanto Sergio Massa e Patricia Bullrich tentam reduzir a abstenção de 30% registrada nas primárias.

Caso nenhum candidato alcance as porcentagens exigidas, a corrida eleitoral continuará e o segundo turno está marcado para o dia 19 de novembro. E uma semana antes, no dia 12, ocorrerá mais um debate presidencial. O presidente eleito tomará posse no dia 10 de dezembro.

É importante destacar que os números apresentados neste texto são referentes às primárias e não representam os resultados finais das eleições. Os argentinos ainda terão a oportunidade de definir seu próximo presidente nos próximos meses.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo