Lívia Ribeiro, uma administradora de Manaus, ficou impressionada com as gravuras ao presenciá-las e relembrou seus antepassados. Ela conta que nunca havia visto algo assim em todos os seus 27 anos morando na cidade.
O registro das gravuras costuma ficar submerso pelas águas do Rio Negro, mas devido ao baixo nível do rio causado pela seca, as gravuras ficaram visíveis. Essa descoberta encanta tanto cientistas quanto o público em geral, mas contrasta com a realidade de centenas de milhares de pessoas que estão passando por dificuldades na região.
A seca na Amazônia tem afetado drasticamente o nível dos rios, impactando o transporte e o abastecimento da região. O governo tem oferecido ajuda de emergência para as áreas afetadas, porém, muitos problemas persistem.
Especialistas apontam que a seca neste ano foi agravada pelo fenômeno El Niño e pelas mudanças climáticas. Ainda assim, a descoberta das gravuras na Praia das Lajes é considerada de grande relevância arqueológica. Jaime Oliveira, arqueólogo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), destaca que as gravuras expressam emoções e sentimentos, semelhante às obras de arte atuais.
Beatriz Carneiro, historiadora e membro do Iphan, ressalta a importância da Praia das Lajes para a compreensão dos primeiros povos que habitavam a região amazônica. Ela lamenta a situação atual da seca na Amazônia e afirma que a preservação das gravuras depende da recuperação dos rios e da atuação da natureza.
A seca na Amazônia tem provocado preocupação e impacto na vida das pessoas, mas as descobertas arqueológicas como as gravuras da Praia das Lajes oferecem uma visão histórica do passado da região. É fundamental que ações de conservação e preservação sejam tomadas para garantir a proteção dessas relíquias pré-coloniais e também para enfrentar os desafios ambientais da Amazônia.
