A suspensão da circulação dos ônibus ocorreu em represália à morte de um miliciano, identificado como Matheus da Silva Rezende, também conhecido como Faustão ou Teteus. O miliciano foi morto em confronto com agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil em Santa Cruz. Faustão era sobrinho de Luis Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho, criminoso que controla a maior milícia do estado do Rio de Janeiro, que atua na Zona Oeste.
Como resposta à morte do miliciano, criminosos atearam fogo em pelo menos 35 ônibus e um trem. Com essa situação, não há previsão de normalização do serviço de transporte público na cidade do Rio de Janeiro. Por conta disso, a cidade segue em estágio de atenção desde às 18h40.
Os ataques a ônibus na Zona Oeste do Rio de Janeiro têm relação com a presença e influência das milícias na região. As milícias são grupos paramilitares que controlam territórios e atuam com coerção e violência, cobrando taxas ilegais e explorando a população local. Esses grupos são conhecidos por combater o tráfico de drogas nas áreas em que atuam, porém, muitas vezes, acabam assumindo o controle do comércio de entorpecentes.
Apesar das ações das autoridades de segurança do estado para combater as milícias, esses grupos ainda exercem domínio em várias regiões do Rio de Janeiro. A morte do miliciano Faustão e os ataques a ônibus são apenas algumas evidências desse contexto de violência e disputas de poder.
Enquanto medidas mais efetivas não são tomadas para reduzir a violência e garantir a segurança da população, os habitantes do Rio de Janeiro continuam sofrendo com a suspensão de serviços essenciais, como o transporte público, e se arriscando em situações precárias, como a de viajar na carroceria de um caminhão cegonha. É urgente que as autoridades intensifiquem os esforços no combate às milícias e garantam a paz e a segurança nos territórios do estado do Rio de Janeiro.