Promessas de campanha de Sergio Massa agradam ao governo brasileiro, enquanto propostas de Javier Milei assustam.

As promessas de campanha do candidato Sergio Massa à presidência da Argentina estão gerando mais simpatia por parte do governo brasileiro do que as propostas do líder ultra-liberal Javier Milei.

Enquanto Massa defende o equilíbrio fiscal, políticas sociais e prioriza o Mercosul, Milei quer eliminar o bloco sul-americano e dolarizar a economia do país. Essa última proposta pode ter um impacto negativo para as exportações brasileiras.

No último domingo, o atual ministro da Economia argentino conseguiu mais votos do que Milei, mesmo com uma inflação de 138,3% somente em setembro e uma desvalorização do peso em quase 150% em relação ao dólar.

Para integrantes do governo brasileiro, as propostas do candidato governista teriam um reflexo positivo para o Brasil e para a economia da região como um todo, já que tratam de responsabilidade fiscal. Já as promessas de Milei causam preocupação, pois sinalizam mudanças de regras.

Massa promete medidas para alcançar o equilíbrio fiscal, o superávit comercial e uma taxa de câmbio competitiva. Com isso, ele afirma que será possível adotar políticas de distribuição de renda e investir mais em educação pública. Ele também menciona uma simplificação tributária para estimular a contratação de trabalhadores pelas empresas.

As propostas de Massa, que defende o papel do Estado como promotor de políticas públicas, se assemelham à linha adotada pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Brasil tem apoiado a Argentina nas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e tem feito lobby para a liberação de dinheiro ao país vizinho por outros organismos multilaterais de crédito.

Massa também enfatiza que o Mercosul será sua prioridade. Ele destaca que um dos resultados dessa integração será a construção de um gasoduto até o Brasil, com a ajuda do governo brasileiro. A relação com o Mercosul é importante para o Brasil, já que envolve as relações comerciais com o país e também possíveis acordos com outros blocos e países.

Por outro lado, Javier Milei está gerando preocupações no governo brasileiro. Suas declarações polêmicas, como chamar o peso argentino de “excremento”, aumentam as incertezas no mercado. Além disso, suas propostas incluem cortes nas despesas públicas, redução de impostos, diminuição do número de ministérios, redução gradual dos planos sociais, “liquidação” do Banco Central e dolarização da economia. Essas atitudes podem afastar investimentos da região, segundo um interlocutor da área econômica.

Em resumo, as propostas de Sergio Massa são vistas com mais simpatia pelo governo brasileiro, pois estão alinhadas com políticas de responsabilidade fiscal e integração regional. Já as promessas de Javier Milei geram preocupações devido às mudanças de regras e declarações polêmicas. O resultado das eleições na Argentina terá impacto na relação entre os dois países e na economia da região.

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