Os impactos da seca já atingiram cerca de 158 mil famílias, levando o governador Wilson Lima a decretar situação de emergência em 55 dos 62 municípios do estado em setembro. Além disso, os números de focos de calor registrados nos últimos meses são alarmantes. Entre janeiro e 21 de outubro deste ano, foram contabilizados 17.691 focos de calor no Amazonas. Somente em outubro, já foram registrados 3.060 focos, mais que o dobro do mesmo período no ano anterior.
A situação é especialmente grave em Manaus, onde a seca atingiu níveis recordes em 121 anos. O Rio Negro, principal rio da região, está com sua cota em 12,89 metros, o valor mais baixo já registrado desde o início das medições em 1902. Em contrapartida, em junho deste ano, o rio atingiu sua maior marca histórica, com a cota de 30,02 metros.
Diante desse cenário crítico, o governo federal disponibilizou aproximadamente 100 milhões de reais para a realização de ações emergenciais, como a dragagem de trechos do rio em pontos críticos próximos a Itacoatiara e Manaus. O objetivo é evitar o desabastecimento de itens básicos, uma vez que a região abriga cerca de 2,3 milhões de habitantes. As autoridades já deram início aos trâmites para a contratação emergencial da dragagem, prevendo seu início ainda nesta segunda quinzena de outubro.
Uma embarcação da Marinha, o Navio de Assistência Hospitalar Soares de Meirelles, em conjunto com o Exército e autoridades locais, tem realizado a distribuição de cestas básicas e água mineral nos municípios da região do Alto Solimões. Até o momento, mais de 6 mil cestas básicas e 1,1 mil caixas de água já foram entregues, começando pelo município de Tabatinga, próximo à fronteira com a Colômbia e Peru. O navio percorrerá um total de 1.350 quilômetros, incluindo as cidades de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins.
A situação de seca no Amazonas é uma preocupação crescente e demanda ações urgentes por parte das autoridades competentes. Medidas para minimizar os impactos e garantir o abastecimento básico da população têm sido tomadas, mas o desafio persiste, principalmente com a previsão de escassez hídrica para os próximos meses. É necessário, portanto, um esforço conjunto para enfrentar essa crise e buscar soluções sustentáveis e de longo prazo para a região.