Atriz Dulcina de Moraes é aprovada para integrar o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria em projeto de lei.

A Comissão de Educação e Cultura (CE) aprovou nesta terça-feira o Projeto de Lei (PL) 25/2020, que inscreve o nome da aclamada atriz Dulcina de Moraes no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Dulcina, que nasceu em Valença (RJ) em 1908 e faleceu em Brasília em 1996, é considerada um dos grandes ícones do teatro nacional.

De autoria da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), o projeto obteve parecer favorável da senadora Teresa Leitão (PT-PE), cuja leitura foi feita pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), como relator ad-hoc. Agora, a proposta será encaminhada para a sanção do presidente da República.

Dulcina de Moraes foi uma figura de inegável relevância na história do teatro brasileiro, tanto por suas habilidades no palco como por seu legado na formação de numerosos artistas. Filha dos renomados atores Átila e Conchita de Moraes, ela começou sua trajetória profissional no teatro aos 15 anos, em 1924, integrando a Companhia Leopoldo Fróes. Rapidamente, Dulcina se destacou como uma das grandes promessas da cena cultural brasileira.

Após passar pelas mais influentes companhias teatrais da época, Dulcina fundou, em 1935, a Companhia Dulcina-Odilon, juntamente com seu esposo, o ator Odilon Azevedo. A Cia. Dulcina-Odilon, também conhecida como Cia. D-O, apresentou ao público peças dos principais dramaturgos brasileiros e internacionais e revelou talentos que alcançariam grande projeção nas décadas seguintes.

Dulcina também se destacou em sua atuação em diversos papéis teatrais, sendo constantemente lembrada por sua memorável interpretação no espetáculo “Chuva”, dirigido e estrelado por ela, que estreou em 1945 e percorreu o Brasil por vários anos.

No entanto, o maior feito de sua vida foi a criação da Fundação Brasileira de Teatro (FBT) em 1955, no Rio de Janeiro. Reconhecidos nomes do teatro nacional, como Paulo Autran, Adolfo Celi, Tônia Carrero e Bibi Ferreira, assinaram o documento de criação da FBT. Posteriormente, a fundação foi transferida para Brasília no início dos anos 1970, tornando Dulcina uma das pioneiras na construção da capital federal. O Teatro Dulcina de Moraes, integrante da FBT, foi projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1980, sendo tombado como patrimônio cultural do Distrito Federal.

Além de suas contribuições no teatro e na formação de artistas, é importante ressaltar a luta de Dulcina pela regulamentação da profissão de artista, que ocorreu em 1977. Seu legado é indiscutível, e sua inscrição no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é uma justa homenagem a uma das grandes damas do teatro brasileiro.

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