Candidato libertário Javier Milei oferece cargos à esquerda visando apoio, caso vença o segundo turno na Argentina

Na disputa pelo segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, o candidato libertário Javier Milei ofereceu cargos à esquerda caso chegue ao governo, com o objetivo de somar apoios. Em entrevista ao canal La Nación+, Milei afirmou que o ministério do Capital Humano teria pessoas de esquerda, pois são as que mais entendem do assunto. Ele deixou claro que, se a esquerda oferecer soluções, pouco importa o que pensam sobre teoria do valor.

No entanto, a iniciativa foi rejeitada pelo legislador Gabriel Solano, líder do Partido Operário que integra a Frente de Esquerda Unida. Segundo Solano, é um oportunismo absurdo vindo de alguém que afirmou repetidamente que a esquerda está suja.

Além disso, Milei buscava integrar em seu eventual governo a conservadora Patricia Bullrich, do partido Proposta Republicana (PRO), que faz parte da coalizão de centro-direita Juntos pela Mudança e ficou em terceiro lugar nas eleições de domingo, com 24% dos votos. Ele argumentou que Bullrich teria sido bem-sucedida no combate à insegurança como ex-ministra de Segurança do governo de Maurício Macri.

No entanto, Milei já havia acusado Bullrich de “colocar bombas em jardins de infância” durante sua militância na juventude no peronismo nos anos 1970. A ex-candidata o denunciou criminalmente por essas declarações.

Apesar de ser o favorito nas pesquisas para o primeiro turno das eleições, Milei conseguiu apenas 30% dos votos, ficando atrás do ministro da Economia Sergio Massa, que obteve quase 37%. Axel Kicillof, governador da província de Buenos Aires e um dos principais aliados de Massa, ironizou as tentativas de Milei de buscar alianças, chamando-o de palhaço depois de tudo o que disse.

Enquanto isso, Massa lançou-se em busca dos votos da União Cívica Radical, também parte da aliança Juntos pela Mudança. Ele destacou seus valores democráticos, como a defesa da educação pública e a independência dos poderes, e prometeu fazer um governo de unidade caso seja eleito presidente.

O segundo turno das eleições presidenciais na Argentina está marcado para o dia 19 de novembro, e a disputa entre Milei e Massa promete ser acirrada. Resta acompanhar os desdobramentos das negociações e alianças em busca do apoio dos eleitores.

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