Gripe aviária é detectada na Antártica, levantando preocupações para a vida selvagem local

A gripe aviária foi detectada pela primeira vez na região da Antártica, levantando preocupações de que o vírus mortal possa representar uma ameaça para os pinguins e outras espécies locais. Especialistas britânicos temiam que o pior surto de gripe aviária altamente patogênica (GAAP) da história atingisse a Antártica, um importante local de reprodução de diversas espécies de aves.

A Pesquisa Antártica Britânica coletou amostras de aves marinhas skua marrons que morreram na Ilha Bird, na Geórgia do Sul, um território ultramarino britânico. Os testes realizados na Grã-Bretanha confirmaram a presença do vírus. Acredita-se que o vírus tenha sido trazido por aves que regressaram da migração para a América do Sul, onde houve um grande número de casos de gripe aviária.

Como medida de precaução, foram reforçadas as medidas de biossegurança para os visitantes da Geórgia do Sul e das Ilhas Sandwich do Sul, e o trabalho de campo científico envolvendo aves foi interrompido. Segundo Ian Brown, chefe de virologia da Agência de Saúde Animal e Vegetal do Reino Unido, existe o risco de as aves migratórias espalharem o vírus da América do Sul para as ilhas da Antártica e depois para a massa terrestre principal. Isso poderia representar uma preocupação real para as populações de aves, como os pinguins, que são exclusivas da Antártica.

Aves como os pinguins, que nunca foram expostas ao vírus, podem ser particularmente vulneráveis. Por outro lado, estudos preliminares indicaram que duas espécies de aves marinhas demonstraram imunidade à gripe aviária, o que traz algum alívio. No entanto, especialistas alertam que a situação pode mudar rapidamente e que a propagação da gripe aviária na região da Antártica é uma notícia devastadora.

Vale ressaltar que, embora os seres humanos raramente contraiam a gripe aviária, quando o fazem, geralmente é através do contato direto com aves infectadas. Recentemente, uma menina de dois anos morreu de gripe aviária no Camboja, elevando para três o número de mortes registradas no país este ano. Além disso, o vírus também foi detectado em um número crescente de mamíferos, aumentando os receios de que possa sofrer mutação para uma versão mais transmissível entre os humanos.

O surto de gripe aviária, que começou em 1996, já causou surtos regulares ao longo dos anos, mas recentemente os surtos têm se espalhado para áreas anteriormente intocadas, como a América do Sul, resultando em grandes mortes de aves selvagens e no abate de dezenas de milhões de aves.

Diante dessa situação, é fundamental que sejam tomadas medidas de prevenção e vigilância para evitar a propagação do vírus na região antártica e proteger as populações de aves. A comunidade científica e as autoridades de saúde animal devem trabalhar em conjunto para monitorar e controlar o surto, a fim de proteger a vida selvagem local e evitar potenciais consequências para a saúde humana.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo