Segundo o relator, os poemas de Torquato Neto são caracterizados por uma grande liberdade de pensamento e forma, o que justifica o reconhecimento de suas obras como manifestações da cultura nacional.
Nascido em Teresina em 1944, Torquato mudou-se para Salvador em 1961, onde teve a oportunidade de conhecer grandes nomes da música brasileira, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. Já no Rio de Janeiro, a partir de 1963, juntou-se a esses artistas e a outros, como Capinam e Tom Zé, para fundar o movimento tropicalista. Esse movimento revolucionou a música brasileira ao misturar influências de gêneros musicais diversos, como bossa nova, rock e ritmos regionais.
Entre as primeiras letras compostas por Torquato está “Louvação”, lançada inicialmente por Elis Regina e posteriormente regravada por seu coautor, Gilberto Gil, em 1967. Nos anos seguintes, ele também compôs grandes sucessos como “Geleia Geral”, “Mamãe, Coragem” e “Pra Dizer Adeus”, que foram musicadas por Gil, Caetano Veloso e Edu Lobo, respectivamente.
Em 1968, após a prisão de Caetano e Gil, o poeta decidiu deixar o Brasil. Passou um ano morando em Londres e Paris, até voltar ao Rio de Janeiro.
Durante os anos de 1970 e 1972, Torquato atuou em alguns filmes, como “Nosferatu no Brasil” e “A Múmia Volta a Atacar”, ambos de Ivan Cardoso, e “Helô e Dirce”, de Luiz Otávio Pimentel. Além disso, nesse período, ele escreveu a polêmica coluna “Geleia Geral” para o jornal carioca Última Hora, na qual defendeu o cinema marginal, lutou pelos direitos autorais e criticou o Cinema Novo e a música comercial.
Infelizmente, em 1972, Torquato Neto faleceu no Rio de Janeiro.
É importante ressaltar que o reconhecimento da obra de Torquato Neto como manifestação da cultura nacional é uma maneira de valorizar um dos grandes talentos do Brasil, que contribuiu de forma significativa para a música e a poesia do país. O legado deixado por Torquato é evidente em sua produção artística, que continua a inspirar e encantar até os dias atuais.