Vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet caem 12,6% em setembro, totalizando R$ 3,199 bilhões

As vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet totalizaram R$ 3,199 bilhões em setembro, de acordo com informações divulgadas nesta terça-feira (24) pelo Tesouro Nacional. Esse valor representa uma queda de 12,6% em relação ao mês de agosto, mas se manteve praticamente estável em comparação ao mesmo período do ano passado.

No entanto, é importante ressaltar que o recorde mensal do Tesouro Direto aconteceu em março deste ano, quando as vendas atingiram a marca de R$ 6,842 bilhões. No mês passado, as incertezas e instabilidades nos mercados financeiros globais resultaram em uma redução do interesse de alguns investidores.

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Os títulos mais procurados pelos investidores em setembro foram aqueles corrigidos pela taxa Selic, que corresponderam a 64,4% das vendas. Já os títulos vinculados à inflação (IPCA) representaram 20,5% do total, enquanto os títulos prefixados, que possuem juros definidos no momento da emissão, foram responsáveis por 10,4% das vendas.

No que diz respeito aos títulos destinados ao financiamento de aposentadorias, o Tesouro Renda+ foi responsável por 3,9% das vendas. Por sua vez, o Tesouro Educa+, que foi lançado recentemente com o objetivo de financiar uma poupança para o ensino superior, atraiu apenas 0,9% das vendas.

A preferência dos investidores por títulos associados à taxa básica de juros (Selic) se deve ao seu alto nível. A partir de setembro de 2021, o Banco Central iniciou um ciclo de aumento na Selic, que passou de 2% ao ano (o mínimo histórico) para 13,75% ao ano em setembro deste ano. Apesar das recentes quedas, com a taxa atual em 12,75% ao ano, as taxas de juros continuam atrativas.

No final de setembro, o estoque total do Tesouro Direto chegou a R$ 123,35 bilhões, registrando um aumento de 2,5% em relação ao mês anterior e 42,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse crescimento se deve ao fato de que as vendas superaram os resgates em R$ 1,74 bilhão no mês passado.

É importante ressaltar que o estoque total do Tesouro Direto ultrapassou a marca de R$ 120 bilhões pela primeira vez. No final de setembro, o volume de títulos associados ao programa somava R$ 121,611 bilhões, representando um aumento de 1,43% em relação ao mês anterior e 23,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Essa alta aconteceu porque as vendas superaram os resgates em R$ 758,7 milhões no mês passado.

No que diz respeito ao número de investidores, 354,6 mil novos participantes se cadastraram no programa no mês passado. Com isso, o total de investidores chegou a 25.830.465, registrando um aumento de 22,1% nos últimos 12 meses. Já o número de investidores ativos, ou seja, aqueles que possuem operações em aberto, alcançou a marca de 2.403.490, um aumento de 15% ao longo de 12 meses.

O perfil dos investidores também revela a preferência por valores menores. No mês de setembro, as vendas de até R$ 5 mil correspondiam a 84,6% do total de operações realizadas. As aplicações de até R$ 1 mil representaram 63,1% das vendas, e o valor médio por operação foi de R$ 5.455,25.

No que diz respeito aos prazos dos títulos, os investidores estão optando por papéis de médio prazo. As vendas de títulos com prazo entre 1 e 5 anos representaram 33,4% do total, enquanto aqueles com prazo entre 5 e 10 anos corresponderam a 49,3%. Já os títulos com prazo superior a 10 anos tiveram uma participação de 17,3% nas vendas.

Vale destacar que o Tesouro Direto foi criado em 2002 com o objetivo de democratizar o acesso a esses títulos públicos, permitindo que pessoas físicas pudessem adquiri-los diretamente do Tesouro Nacional pela internet, sem a necessidade de intermediários financeiros. Para tanto, é cobrada uma taxa semestral para a B3, bolsa de valores brasileira, que realiza a custódia dos títulos.

Essa modalidade de venda de títulos é uma das maneiras utilizadas pelo governo para captar recursos e honrar suas dívidas. Em contrapartida, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor investido pelo investidor, acrescido de uma rentabilidade que pode variar de acordo com a taxa Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa pré-fixada.

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