Dentro desse grupo, cerca de 7,4 milhões de pessoas estavam de fato em teletrabalho, que é considerado um subgrupo do trabalho remoto. Esses profissionais realizavam suas atividades, ao menos parcialmente, em um local alternativo ao local padrão de trabalho e faziam uso de equipamentos de TIC, como computadores e tablets, para isso. Esses dados fazem parte do módulo Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pela primeira vez.
É importante ressaltar que essas estatísticas são experimentais e estão em fase de teste e avaliação. Para chegar a esses resultados, o estudo tomou como base a população ocupada de 14 anos ou mais, excluindo o setor público e militares, considerando apenas o trabalho único ou principal que a pessoa tinha na semana de referência. A metodologia utilizada foi proposta pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), com adaptações ao questionário da Pnad Contínua.
O teletrabalho, mesmo não sendo um fenômeno novo, tornou-se mais presente nos últimos anos devido à pandemia de COVID-19 e à necessidade de isolamento social. Embora muitos trabalhadores tenham retornado ao trabalho presencial após a situação de emergência em saúde pública, uma parcela permaneceu realizando suas atividades de forma remota, mesmo que parcialmente.
A divulgação desses dados sobre teletrabalho é fundamental para compreender melhor esse fenômeno e fornecer informações valiosas sobre o perfil das pessoas ocupadas nessa modalidade e as atividades econômicas em que ela é mais frequente. De acordo com a pesquisa, o setor de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas registrou a maior proporção de pessoas ocupadas em teletrabalho, seguido pelo setor de administração pública na educação e saúde.
Em relação ao perfil dos teletrabalhadores, foi observado que havia mais mulheres ocupadas nessa modalidade do que homens, e a maioria era composta por pessoas brancas. Quanto à faixa etária, o maior percentual foi registrado entre os trabalhadores de 25 a 39 anos. No que diz respeito aos níveis de instrução, os teletrabalhadores com ensino superior completo apresentaram a maior proporção.
No que se refere aos rendimentos, foi constatado que o rendimento médio dos teletrabalhadores foi 2,4 vezes maior do que a média nacional, atingindo um valor médio de R$ 6.479. Essa diferença não é necessariamente atribuída ao teletrabalho em si, mas sim ao fato de que essa modalidade inclui profissionais com salários mais altos, como gerentes e profissionais das ciências e intelectuais.
Os dados também revelaram que o número de empregadores em teletrabalho foi o mais elevado, seguido pelos empregados no setor público e pelos empregados no setor privado com carteira assinada.
Em resumo, o trabalho remoto e o teletrabalho têm sido cada vez mais adotados no mercado de trabalho brasileiro, impulsionados principalmente pela pandemia de COVID-19. Essas modalidades proporcionam flexibilidade e possibilitam que as pessoas realizem suas atividades em locais alternativos ao local padrão de trabalho, utilizando equipamentos de TIC. A divulgação dos dados sobre teletrabalho auxilia na compreensão desse fenômeno e fornece informações valiosas sobre o perfil dos teletrabalhadores e as atividades econômicas em que essa forma de trabalho é mais comum.