A Faixa de Gaza é uma área densamente povoada, tornando-a um campo de batalha complexo. Comparado à luta dos Estados Unidos em Falluja, no Iraque, em 2004, e à batalha de nove meses em Mosul, contra o Estado Islâmico em 2016, os combates em Gaza podem ser ainda mais destrutivos e mortais.
O Hamas possui de três a cinco vezes mais combatentes do que o Estado Islâmico tinha em Mosul, além de ter apoio internacional, incluindo o Irã. O grupo também teve anos para se preparar para essa batalha, usando táticas de guerrilha nas ruas da cidade.
A invasão de Gaza seria um desafio sem precedentes para as tropas israelenses, que enfrentariam um ambiente urbano adverso, além da difícil distinção entre combatentes e civis e as pressões políticas envolvidas. Os edifícios altos e a rede subterrânea de túneis criada pelo Hamas são apenas alguns dos obstáculos enfrentados pelos soldados.
Além disso, há a preocupação com o alto número de baixas civis. Israel afirma que não tem como alvo os civis, mas em uma batalha urbana, é difícil evitar atingir estruturas que abrigam tanto combatentes quanto famílias. A escolha entre expor as tropas em uma invasão em quartos ocupados ou lançar ataques aéreos mais pesados aumenta o risco de mortes de civis.
Estimativas indicam que entre 30 mil e 90 mil pessoas ainda permanecem na Faixa de Gaza, mesmo com o incentivo de evacuação por parte de Israel. O Hamas provavelmente usará esses civis como escudos humanos, o que complica ainda mais a situação.
Com tudo isso em mente, o governo dos Estados Unidos está fornecendo aconselhamento às tropas israelenses com base em suas próprias experiências no Iraque. Também está pressionando Israel a adiar a invasão para negociar a libertação de reféns do Hamas e fornecer mais ajuda humanitária.
No entanto, a incerteza permanece. Israel ainda não possui um plano claro e alcançável que evite grandes perdas de vidas civis. Enquanto isso, os especialistas alertam para o risco de uma guerra altamente destrutiva em Gaza, com consequências humanitárias catastróficas.