Investimento em energias renováveis na América Latina aumenta de forma exponencial, aponta relatório divulgado no Panamá

O mercado de energias renováveis na América Latina está em crescimento acelerado, com previsões de que o setor eólico e solar dobrará até 2027 em comparação aos níveis atuais. Essa informação faz parte de um relatório divulgado nesta quarta-feira (25) no Panamá, durante a Semana do Clima da América Latina e do Caribe.

Segundo o relatório intitulado “Sucessos Latino-Americanos na Transição Energética”, realizado pelo centro de pesquisas Zero Carbon Analytics, a região tem tomado medidas significativas para descarbonizar seus sistemas energéticos e construir novas indústrias, reduzindo a dependência de energias importadas e protegendo os consumidores dos preços voláteis dos combustíveis fósseis.

O estudo destaca os casos de sucesso do Brasil, Chile e Uruguai, mas menciona também os avanços do México, Guatemala, Costa Rica e Colômbia, entre outros países latino-americanos. Ao longo da última década, foram investidos mais de 15 bilhões de dólares anualmente em energias renováveis na região, totalizando quase 167 bilhões de dólares. Esse valor é impulsionado principalmente pelo investimento em energia eólica e solar.

A capacidade instalada de energia renovável não hidroelétrica já ultrapassa 30% em sete países da região. Além disso, existem cerca de 320 projetos eólicos e solares em desenvolvimento, dos quais quase 200 estão em fase de pré-construção ou construção. O investimento nessas fontes de energia tem crescido em média 10% ao ano, proporcionando quase 100 GW de capacidade eólica e solar em 2022.

O Brasil se destaca como um dos dez maiores geradores de energia solar e eólica do mundo. A introdução da energia solar no país gerou a criação de 960 mil empregos e ajudou a evitar a emissão de 40 milhões de toneladas de CO2. O país também conta com mais de 2 milhões de sistemas solares fotovoltaicos instalados em telhados, fachadas e pequenos prédios.

Outro exemplo de destaque é o Uruguai, que começou a abandonar a geração de eletricidade a partir de combustíveis fósseis em 2005. O país investiu mais de 8 bilhões de dólares no setor de energias renováveis, principalmente energia eólica, o que resultou na obtenção de 98% da eletricidade a partir de fontes renováveis.

No Chile, a geração de eletricidade com energias renováveis aumentou de 37% para 55% nos últimos sete anos, principalmente devido à adição de energia solar. O país também tem planos de fechar ou converter mais usinas a carvão até 2025.

Esses avanços na transição energética refletem não apenas um compromisso com a sustentabilidade e a proteção ambiental, mas também oportunidades significativas de negócios e desenvolvimento econômico para a região. A energia renovável se torna cada vez mais uma ferramenta importante para impulsionar a reindustrialização e reduzir a dependência de combustíveis fósseis na América Latina.

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