Segundo informações divulgadas pelo embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, em uma entrevista para uma rádio do Exército Israelense, os vistos estão sendo negados devido às declarações de Guterres sobre Israel e os palestinos. De acordo com o embaixador, um visto já foi recusado ao secretário-geral adjunto para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths.
O desentendimento entre Israel e Guterres ocorreu durante uma sessão do Conselho de Segurança da ONU. Na ocasião, o secretário-geral afirmou que as queixas do povo palestino não podem justificar os ataques do Hamas, assim como esses ataques não podem justificar o castigo coletivo do povo palestino. Além disso, Guterres ressaltou que há violações claras do direito humanitário internacional em Gaza e mencionou a ocupação que o povo palestino vem sofrendo há 56 anos.
Essas declarações foram interpretadas por Israel como uma tentativa de justificar os ataques do Hamas, que ocorreram no dia 7 de outubro, resultando em mais de mil mortes e mais de 200 reféns. O chanceler de Israel, Eli Cohen, chegou a cancelar um encontro com Guterres e o embaixador de Israel na ONU pediu a demissão do secretário-geral.
No entanto, Guterres negou ter justificado os ataques do Hamas e afirmou estar chocado com as deturpações feitas por alguns sobre sua declaração. Ele ressaltou que sua intenção era exatamente o contrário, ou seja, condenar os atos terroristas.
Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil demonstrou apoio ao secretário-geral da ONU. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, destacou o trabalho incansável de Guterres na promoção do diálogo entre os membros e no aspecto humanitário do conflito.
Essa suspensão na emissão de vistos mostra a tensão crescente entre Israel e a ONU e destaca a complexidade da situação na região da Faixa de Gaza. A busca por uma solução pacífica e duradoura para o conflito entre palestinos e israelenses continua sendo um desafio.
