Essa é a primeira vez que o IBGE realiza a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) com o módulo Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais. O objetivo é quantificar e compreender o fenômeno da plataformização do trabalho no país.
Dos 2,1 milhões de trabalhadores utilizando plataformas digitais, 1,5 milhão utilizam aplicativos de serviços e 628 mil utilizam plataformas de comércio eletrônico. O setor de transporte, armazenagem e correio é o que possui o maior número de trabalhadores nessas plataformas, representando 67,3% do total. Em seguida, vem o setor de alojamento e alimentação, com 16,7%.
Uma característica interessante dessa forma de trabalho é que a maioria dos trabalhadores é do sexo masculino (81,3%). Além disso, a faixa etária mais representativa é de 25 a 39 anos, correspondendo a quase metade dos trabalhadores (48,4%). No que diz respeito à escolaridade, a maioria possui nível médio completo ou superior incompleto (61,3%).
Em relação aos rendimentos, os trabalhadores plataformizados têm um rendimento médio mensal 5,4% maior do que o rendimento médio do total de ocupados. Além disso, eles também trabalham mais horas por semana: 46 horas contra 39,6 horas.
No que diz respeito à previdência e informalidade, apenas 35,7% dos trabalhadores plataformizados são contribuintes da previdência, enquanto a proporção entre os ocupados no setor privado é de 60,8%. Além disso, a informalidade entre os trabalhadores plataformizados é maior do que no total de ocupados no setor privado, representando 70,1%.
Os resultados dessa pesquisa mostram o crescimento e a importância do trabalho realizado por meio de plataformas digitais no Brasil. Porém, também revelam desafios, como a informalidade e a falta de contribuição à previdência. É necessário que as políticas públicas estejam atentas a essas questões e busquem formas de garantir direitos trabalhistas e previdenciários para esses trabalhadores.