Trabalho por meio de plataformas digitais atinge 2,1 milhões de pessoas no setor privado no Brasil, revela IBGE

A população ocupada no setor privado no Brasil está cada vez mais utilizando plataformas digitais para trabalhar. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no quarto trimestre de 2022, 2,1 milhões de pessoas realizavam trabalhos por meio de plataformas digitais, como aplicativos de serviços e comércio eletrônico.

Essa é a primeira vez que o IBGE realiza a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) com o módulo Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais. O objetivo é quantificar e compreender o fenômeno da plataformização do trabalho no país.

Dos 2,1 milhões de trabalhadores utilizando plataformas digitais, 1,5 milhão utilizam aplicativos de serviços e 628 mil utilizam plataformas de comércio eletrônico. O setor de transporte, armazenagem e correio é o que possui o maior número de trabalhadores nessas plataformas, representando 67,3% do total. Em seguida, vem o setor de alojamento e alimentação, com 16,7%.

Uma característica interessante dessa forma de trabalho é que a maioria dos trabalhadores é do sexo masculino (81,3%). Além disso, a faixa etária mais representativa é de 25 a 39 anos, correspondendo a quase metade dos trabalhadores (48,4%). No que diz respeito à escolaridade, a maioria possui nível médio completo ou superior incompleto (61,3%).

Em relação aos rendimentos, os trabalhadores plataformizados têm um rendimento médio mensal 5,4% maior do que o rendimento médio do total de ocupados. Além disso, eles também trabalham mais horas por semana: 46 horas contra 39,6 horas.

No que diz respeito à previdência e informalidade, apenas 35,7% dos trabalhadores plataformizados são contribuintes da previdência, enquanto a proporção entre os ocupados no setor privado é de 60,8%. Além disso, a informalidade entre os trabalhadores plataformizados é maior do que no total de ocupados no setor privado, representando 70,1%.

Os resultados dessa pesquisa mostram o crescimento e a importância do trabalho realizado por meio de plataformas digitais no Brasil. Porém, também revelam desafios, como a informalidade e a falta de contribuição à previdência. É necessário que as políticas públicas estejam atentas a essas questões e busquem formas de garantir direitos trabalhistas e previdenciários para esses trabalhadores.

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