Estados Unidos criticam proposta de resolução da Jordânia na ONU por não condenar o Hamas e não mencionar reféns

Os Estados Unidos da América (EUA) criticaram veementemente a proposta de resolução apresentada pela Jordânia na Assembleia Geral das Nações Unidas. Para a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfild, a proposta é inadequada e não deve ser aprovada, uma vez que não condena o grupo Hamas e tampouco menciona o termo “reféns”, referindo-se às mais de 200 pessoas sequestradas pelo grupo que controla a Faixa de Gaza em outubro deste ano.

Segundo Linda, a proposta de resolução apresentada pela Jordânia comete duas omissões graves ao não mencionar o Hamas como responsável pelo ataque terrorista ocorrido em outubro e ao não citar a situação dos reféns. Ela considera inaceitável que um documento dessa natureza ignore os autores do ataque e as vítimas dessa violência. No entanto, a embaixadora defendeu a aprovação de uma emenda apresentada pelo Canadá, que corrigiria essas falhas e garantiria uma resolução mais equilibrada e abrangente.

Além disso, Linda Thomas-Greenfild argumentou que a proposta da Jordânia vai contra uma solução de dois Estados, que é a base para a paz entre palestinos e israelenses, e também prejudica a integração de Israel ao Oriente Médio. Para ela, é fundamental que qualquer resolução aprovada tenha como objetivo principal promover a paz, o respeito aos direitos humanos e a estabilidade na região.

Enquanto os EUA criticam a proposta da Jordânia, outros países como Egito, Rússia e Turquia mostram apoio à resolução, argumentando que ela defende o respeito aos direitos básicos e às normas de um conflito armado. O embaixador do Egito na ONU, Osama Abdel Khaleq, ressaltou a importância de buscar uma solução pacífica para o conflito e evitar o empurrão de jovens para ideologias extremistas.

A proposta de resolução está sendo discutida e votada nesta sexta-feira (27) pela Assembleia Geral da ONU. Diferentemente do Conselho de Segurança, onde países como EUA e Rússia têm poder de veto, na Assembleia Geral é necessária a aprovação de dois terços dos países para a aprovação de um texto emergencial. No entanto, é importante destacar que as resoluções da Assembleia Geral não possuem caráter vinculativo e representam mais um gesto político do que uma ordem propriamente dita.

A proposta da Jordânia teve o apoio de diversos países árabes, como Arábia Saudita, Bahrein, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Kuwait, Líbano, Qatar, Yemen e Omã, além de nações como Rússia, África do Sul e Turquia. O documento pede a libertação dos reféns, uma trégua humanitária imediata, o cumprimento do direito internacional e a busca por uma solução pacífica para o conflito israelense-palestino.

Apesar das divergências entre os países, a discussão sobre a proposta de resolução na Assembleia Geral é mais uma oportunidade para que a comunidade internacional busque soluções para promover a paz e a estabilidade na região do Oriente Médio. O conflito entre Israel e a Palestina é uma das questões mais complexas e delicadas do cenário internacional, e é fundamental que as nações envolvidas busquem o diálogo e o entendimento mútuo para encontrar uma solução duradoura e justa para todas as partes envolvidas.

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