EUA criticam proposta de resolução da Jordânia na ONU por não condenar o Hamas e omitir o termo “reféns”

Após a proposta de resolução apresentada pela Jordânia na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), os Estados Unidos da América (EUA) expressaram sua crítica em relação ao documento. A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfild, destacou que a proposta não deveria ser aprovada pelo fato de não condenar o Hamas e por não mencionar o termo “reféns”, referindo-se às mais de 200 pessoas sequestradas pelo grupo terrorista no dia 7 de outubro na Faixa de Gaza.

Segundo a embaixadora, dois elementos fundamentais estão ausentes na resolução: o Hamas e a palavra “reféns”. Para ela, é inaceitável que a resolução não mencione os responsáveis pelo ataque terrorista. Linda defendeu a aprovação de uma emenda proposta pelo Canadá que corrige essas omissões significativas. Além disso, a embaixadora argumentou que a resolução da Jordânia vai contra a solução de dois Estados, que visa promover a paz entre palestinos e israelenses, bem como a integração de Israel ao Oriente Médio.

A Assembleia Geral da ONU reuniu-se nesta sexta-feira (27) para discutir e votar a proposta de resolução sobre o conflito no Oriente Médio apresentada pela Jordânia, que teve o apoio de 39 países. Por sua vez, o embaixador do Egito na ONU, Osama Abdel Khaleq, defendeu a aprovação da resolução, alegando que ela busca apenas o respeito aos direitos básicos e às normas de um conflito armado. Para Khaleq, perpetuar a guerra apenas contribui para o crescimento de ideias extremistas entre os jovens.

Diante dos impasses no Conselho de Segurança da ONU, os países favoráveis a um cessar-fogo imediato no Oriente Médio convocaram uma sessão de emergência da Assembleia Geral. Ao contrário do Conselho de Segurança, na Assembleia Geral é necessária a aprovação de dois terços dos países para que um texto apresentado emergencialmente seja aprovado. É importante ressaltar que as resoluções da Assembleia Geral não possuem caráter de ordem, representando mais um gesto político.

A resolução apresentada pela Jordânia recebeu o apoio de diversas nações, incluindo Rússia, Turquia, países árabes como Arábia Saudita, Bahrein, Egito, entre outros. Apesar da crítica dos EUA em relação à ausência do termo “reféns” no documento, a proposta pede a libertação imediata e incondicional de todas as pessoas mantidas ilegalmente em cativeiro e também exige uma trégua humanitária que conduza ao cessar das hostilidades. Além disso, a resolução enfatiza a necessidade de cumprimento do direito internacional, o acesso aos bens e serviços essenciais para os civis em Gaza e a busca por uma solução pacífica para o conflito israelense-palestino, de acordo com as resoluções pertinentes da ONU e o direito internacional, baseada na solução de dois Estados.

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