Um dos vídeos mais comentados utiliza códigos de desenhos animados. Um unicórnio salta entre o arco-íris enquanto letras guardadas invadem a tela. A mensagem transmitida é clara: assim como qualquer pai faria tudo para proteger seu filho, Israel fará o mesmo para proteger seus filhos.
Desde o massacre de 7 de outubro, o Ministério das Relações Exteriores de Israel já postou cerca de 40 vídeos curtos em seu perfil no YouTube. Segundo as autoridades israelenses, mais de 1.400 pessoas morreram desde então em Israel, a maioria delas civis executadas pelo Hamas. Entre os mortos, mais de 300 são soldados.
Em resposta aos ataques do Hamas, Israel lançou uma campanha de intensos bombardeios na Faixa de Gaza, resultando em mais de 7.700 mortos, sendo aproximadamente 3.500 deles crianças, de acordo com o ministério da Saúde Palestina, controlado pelo Hamas.
Vários desses vídeos israelenses foram traduzidos para o inglês e divulgados como anúncios que interrompem conteúdos nas redes sociais, sites e aplicativos de jogos. Os slogans são enfatizados ao final de cada vídeo, como “#HamasIsIsis” (Hamas = Daesh), “BringThemHome” (Traga-os para casa) e “Stand with Israel, fique com a humanidade” (apoie Israel, apoie a humanidade).
Alguns vídeos são extremamente perturbadores. Em um deles, um médico legista desmorona ao falar dos corpos israelenses encontrados abraçados enquanto queimavam. Outro vídeo mostra imagens do corpo de uma criança queimada.
Apesar de algumas restrições impostas pelo Google, como a classificação dos vídeos como conteúdo explícito ou violento, muitos deles ainda estão acessíveis para todos.
De acordo com o diplomata israelense Emmanuel Nahshon, os atos cometidos pelos terroristas do Hamas são equivalentes aos atos cometidos pelo Estado Islâmico. Ele afirma que o destino do Hamas será a destruição completa e total, assim como aconteceu com o Estado Islâmico.
A campanha lançada por Israel já alcançou bilhões de visualizações, de acordo com informações da empresa de marketing digital Semrush. Os vídeos foram compartilhados em trinta países e Israel investiu cerca de 8,5 milhões de dólares na divulgação.
Os principais países onde o investimento israelense foi compartilhado são França, Alemanha e Reino Unido. Nessas regiões, a campanha teve uma grande repercussão e recebeu a maioria das visualizações.
Apesar disso, muitos pesquisadores rejeitam a comparação entre o Hamas e o Estado Islâmico. O Hamas é considerado “apóstata” pelo Estado Islâmico, pois não segue corretamente a lei islâmica e não tem como objetivo instaurar um califado global. Além disso, o Hamas reprimiu militantes do Estado Islâmico em Gaza.
Com sua campanha, Israel busca evidenciar as atrocidades cometidas pelo grupo terrorista Hamas e mostrar ao mundo a necessidade de combater o terrorismo de forma unida.
