Segundo o líder turco, Israel não poderia agir sem o apoio das potências ocidentais, e criticou o fato de essas nações não terem feito um pedido de cessar-fogo diante da gravidade da situação em Gaza. Erdogan ainda questionou a postura desses países, que, segundo ele, choram pelas crianças mortas na Ucrânia, mas se silenciam diante das crianças mortas em Gaza.
Para o presidente turco, Israel é o responsável pelas ações de ocupação e invasão em Gaza, e embora todo país tenha o direito de se defender, a atual situação não pode ser considerada legítima defesa, e sim um massacre.
As declarações de Erdogan provocaram uma reação imediata de Israel, que decidiu retirar seus diplomatas da Turquia para reavaliar as relações bilaterais. O ministro israelense das Relações Exteriores, Eli Cohen, anunciou a medida através das redes sociais, afirmando que diante das graves declarações vindas da Turquia, era necessário reavaliar a relação entre os dois países.
É importante ressaltar que essa não é a primeira vez que Erdogan faz críticas a Israel e defende a causa palestina de maneira enfática. O presidente turco já havia manifestado seu apoio ao povo palestino em outras ocasiões e promovido ações de solidariedade, como a doação de ajuda humanitária.
As tensões entre Israel e a Turquia não são recentes e têm origem em questões relacionadas ao conflito entre palestinos e israelenses. Em 2010, em um incidente conhecido como o “ataque à Flotilha da Liberdade”, forças de segurança israelenses interceptaram uma frota de navios que levava ajuda humanitária para Gaza, causando a morte de dez ativistas turcos.
Diante desse histórico de desentendimentos, fica evidente que as declarações de Erdogan representam mais um capítulo na complexa relação entre Turquia e Israel. Resta aguardar o desenrolar dos acontecimentos e acompanhar os desdobramentos dessa crise diplomática.