Pesquisadores encontram 23 carcaças de botos-vermelhos e tucuxis em lagos do Amazonas, e busca por causa das mortes continua.

Pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) fizeram uma descoberta preocupante nos lagos de Coari, no Amazonas. Foram encontradas 23 carcaças de botos-vermelhos e tucuxis, indicando um possível aumento no número de animais mortos na região. Essa descoberta ocorre logo após a morte de mais de 150 animais em Tefé.

De acordo com o boletim divulgado pelos institutos de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Ufam, a maioria das carcaças encontradas em Coari estava em estado avançado de decomposição, sugerindo que os animais já estavam mortos há alguns dias. Assim como em Tefé, acredita-se que a alta temperatura da água seja a principal causa dessa mortalidade.

Diante dessa situação preocupante, os pesquisadores iniciaram a instalação de sensores automáticos para monitorar a temperatura da água nos lagos. Além disso, amostras de água foram coletadas para análise química em laboratório, a fim de verificar possíveis contaminações.

Enquanto isso, em Tefé, pesquisadores do Instituto Mamirauá continuam monitorando os botos-vermelhos e tucuxis do Lago Tefé e a qualidade da água. Equipes de voluntários profissionais estão apoiando essas atividades, trabalhando em conjunto com os pesquisadores locais.

A preocupação dos cientistas é que, devido ao nível baixo da água nos lagos, a temperatura possa continuar aumentando, colocando em risco a vida dos animais. Nos últimos dias, a temperatura da água no ponto de monitoramento tem oscilado entre 36 e 37,7°C.

Com o objetivo de evitar mais mortes, os pesquisadores montaram uma espécie de cordão para isolar trechos de águas mais quentes e conduzir os botos para áreas mais profundas, onde a temperatura é mais amena. No entanto, a alta temperatura ainda é considerada a principal causa dessas mortes, apesar de não descartarem outras possibilidades, como contaminação da água ou doenças nos animais.

Até o momento, os estudos não indicaram a presença de agentes infecciosos como causa primária da mortalidade. No entanto, as análises continuam sendo realizadas para alcançar um maior entendimento sobre as causas dessas mortes em massa.

É importante ressaltar que essas mortes impactam diretamente a biodiversidade da região e alertam para a necessidade de estratégias de conservação e monitoramento mais eficientes. O cuidado com os recursos naturais e a preservação dos ecossistemas são fundamentais para garantir a sobrevivência das espécies e a manutenção de um ambiente saudável.

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