Esse contexto tem afetado diretamente o consumidor. Mary Skinner, por exemplo, relatou que antes podia comprar picanha ou bife, mas agora recorre cada vez mais à carne moída, que é mais barata. Os cortes mais nobres de carne bovina registraram um aumento de 9,7% em um ano e 27% em três anos.
Para economizar, muitos consumidores estão buscando alternativas, como assinar serviços de entrega de carne ou comprar cortes mais baratos e que necessitam de um cozimento lento. Porém, o aumento da demanda e a redução da oferta têm levado ao aumento do preço do gado.
A seca tem sido o principal responsável pela escassez de gado bovino nos Estados Unidos. A falta de chuva reduz o volume de pastagens e aumenta o preço da forragem. Além disso, os pecuaristas têm reduzido o número de animais que alimentam, o que foi agravado pela taxa de umidade acima da média durante a onda de calor de agosto, levando a um aumento da mortalidade.
Mesmo que os pecuaristas estejam procurando melhorar a qualidade do gado e aumentar a produção de carne, não se espera uma mudança significativa no cenário nos próximos 12 meses. Ross Baldwin, da consultoria agrícola AgMarket.Net, afirma que serão necessários mais três anos para que a população de gado comece a aumentar.
Enquanto isso, a demanda por carne vermelha continua a crescer. Em 2022, os americanos consumiram em média 26,8kg de carne bovina, um aumento de 0,3kg em relação a 2021. Diante da redução da oferta e do aumento da demanda, os preços do gado mais do que dobraram desde março de 2020.
O mercado ainda não dá sinais de mudança de tendência, mas alguns analistas preveem que o esgotamento da procura pode levar a um ajuste no mercado no futuro. Por enquanto, os consumidores terão que lidar com preços cada vez mais altos da carne vermelha nos Estados Unidos.
