Nascida em Aracajú, no ano de 1942, Maria Beatriz mudou-se para o Rio de Janeiro ainda na infância. Apesar das limitações financeiras, ela foi uma estudante dedicada e, em 1971, formou-se em história pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Além de lecionar na rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, Maria Beatriz ingressou no curso de mestrado em Comunicação Social na UFRJ.
Como historiadora, Maria Beatriz pesquisou sobre a formação de quilombos, a resistência cultural negra e o racismo, assuntos sobre os quais escreveu inúmeros artigos enquanto militava no movimento negro. Em 1981, fundou o Grupo de Trabalho André Rebouças e se especializou em sistemas alternativos organizados exclusivamente por negros na Universidade Federal Fluminense.
No final da década de 1980, Maria Beatriz escreveu e narrou o documentário Ori (1989), que retrata a trajetória dos negros no Brasil e as lutas sociais travadas contra os mecanismos raciais deixados pela herança escravagista.
Infelizmente, Maria Beatriz foi assassinada em 1995, no Rio de Janeiro, pelo companheiro violento de uma amiga, após aconselhar a separação.
Com a inclusão de Maria Beatriz Nascimento no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, a obra agora reúne 67 nomes, como Zumbi de Palmares, Francisco José do Nascimento, Antonieta de Barros, Luiz Gama e Laudelina de Campos Melo. Também conhecido como Livro de Aço, a obra fica no centro da capital federal, no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes.
Essa homenagem póstuma é mais do que justa para uma mulher que dedicou sua vida à luta pelos direitos de negros e mulheres. Maria Beatriz Nascimento deixou um legado de coragem e determinação na busca por igualdade e justiça social. Sua inclusão no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é um reconhecimento não apenas de sua importância na história do Brasil, mas também da necessidade contínua de continuar combatendo o racismo e a discriminação. Seu nome será eternizado como símbolo de resistência e luta por um país mais justo e igualitário.
