Autor do tiroteio que deixou 18 mortos no Maine tinha transtornos mentais e era suspeito de cometer “assassinato em massa”

Nesta terça-feira (31), novos documentos oficiais foram divulgados revelando que o autor do tiroteio que deixou 18 mortos no estado do Maine, no nordeste dos Estados Unidos, sofria de transtornos mentais a tal ponto que um de seus colegas temia que ele cometesse um “assassinato em massa”.

De acordo com os documentos obtidos pelo jornal The Boston Globe, a ex-esposa e o filho de Robert Card, reservista do Exército, relataram à polícia local em maio que ele estava paranoico, “ouvia vozes” e havia armazenado até 10 ou 15 fuzis na casa do irmão. Além disso, em uma carta enviada em setembro ao gabinete do xerife local, a reserva do Exército dos Estados Unidos indicou, com base no depoimento de um dos colegas de Card, que ele corria o risco de “explodir” e “perpetrar um assassinato em massa”.

No dia do ocorrido, Card, armado com um fuzil semiautomático, abriu fogo contra clientes em uma pista de boliche e um bar em Lewiston, cidade que possui cerca de 36 mil habitantes. O ataque resultou em 18 mortes e 13 feridos, com vítimas que variavam de 14 a 76 anos de idade. O autor do tiroteio cometeu suicídio com uma arma de fogo perto de um rio em Lisbon, a cerca de 20 minutos de Lewiston.

A motivação por trás do massacre ainda está sendo investigada pelas autoridades. Até o momento, três armas de fogo foram recuperadas no entorno de Card. Apesar das evidências de problemas de saúde mental, o autor tinha permissão para comprar armas legalmente, uma vez que nunca foi obrigado a receber tratamento psiquiátrico ou ser internado.

Outro fato relevante sobre tiroteios em massa nos Estados Unidos é que eles ocorrem com frequência e geram alarme na população. O país possui mais armas do que pessoas, o que dificulta as tentativas de controlar sua proliferação.

Segundo o Gun Violence Archive, uma ONG que monitora a violência armada nos Estados Unidos, ocorreram mais de 500 ataques a tiros em massa até agora em 2023. Esses ataques são definidos como eventos que envolvem armas de fogo e resultam em quatro ou mais pessoas feridas ou mortas.

Ainda não há informações sobre ações a serem tomadas para evitar futuros ataques como esse, mas é evidente que é necessário um debate sobre a legislação de controle de armas e o acesso a elas por pessoas que sofrem de transtornos mentais graves. Afinal, vidas estão em jogo e é preciso encontrar formas de garantir a segurança da população.

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