Bombardeio israelense em campo de refugiados de Gaza deixa dezenas de mortos em ofensiva contra o Hamas

Israel mantém ofensiva terrestre em Gaza e bombardeia campo de refugiados

Na terça-feira (31), Israel continuou com sua campanha militar em Gaza, lançando ataques aéreos e bombardeando um campo de refugiados. De acordo com o Hamas, dezenas de pessoas foram mortas na ação, que tinha o objetivo de eliminar um líder do grupo responsável por um ataque letal em território israelense. O Ministério da Saúde do Hamas relatou que o bombardeio deixou “mais de 50” mortos. Imagens feitas pela AFP mostram corpos cobertos por panos brancos no pátio de um hospital, após terem sido retirados dos escombros.

Horas depois, o Exército de Israel confirmou o bombardeio e afirmou que cumpriu seu objetivo de matar Ibrahim Biari, um comandante do Hamas envolvido no ataque de 7 de outubro. O porta-voz do Exército israelense explicou que Biari estava escondido em um complexo de túneis subterrâneos, de onde comandava as operações. Segundo ele, dezenas de combatentes do Hamas estavam no local e morreram quando o complexo foi destruído.

Durante o dia, as forças israelenses enfrentaram intensos combates com os terroristas do Hamas dentro de Gaza. O Exército relatou que várias dezenas de combatentes palestinos foram mortos nas últimas horas. Dois soldados israelenses também morreram nas operações no norte do território palestino. Segundo Israel, foram atingidos 300 alvos na quarta noite de incursões terrestres em Gaza.

As brigadas Ezzedin al-Qassam, braço armado do Hamas, afirmaram que Gaza se tornou um “cemitério” para os soldados israelenses e prometeram impor ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu um revés que “marcará o fim de sua carreira política”.

Desde o início dos bombardeios israelenses, que ocorreram em retaliação ao ataque de 7 de outubro, estima-se que mais de 8.500 pessoas tenham sido mortas em Gaza, incluindo 3.450 crianças, de acordo com as autoridades do Hamas.

A situação em Gaza tem se agravado cada vez mais e as agências humanitárias da ONU alertam que o tempo está se esgotando para os habitantes do território, que sofrem com a falta de água, comida, combustível e medicamentos. O porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) descreveu Gaza como um “cemitério de milhares de crianças”.

A comunidade internacional vem pressionando por um cessar-fogo e o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, pediram a suspensão da “espiral da morte” em Gaza com um “cessar-fogo humanitário”. No entanto, Netanyahu afirmou que um cessar-fogo equivaleria a uma “rendição” e prometeu aniquilar o Hamas.

O conflito em Gaza também aumentou as tensões na Cisjordânia ocupada, onde mais de 120 palestinos foram mortos desde 7 de outubro. O Exército israelense bombardeou a Síria e enfrentou o grupo Hezbollah na fronteira com o Líbano. Além disso, os rebeldes houthis, do Iêmen, reivindicaram um ataque com drones contra Israel, enquanto o Exército israelense interceptou um míssil lançado a partir da região do Mar Vermelho.

Enquanto o conflito se intensifica, a comunidade internacional busca soluções para cessar a violência e evitar uma escalada ainda maior. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, está programado para visitar Israel e outros países da região na sexta-feira. A Bolívia, por sua vez, anunciou o rompimento de relações diplomáticas com Israel em repúdio à ofensiva militar na Faixa de Gaza.

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