De acordo com Mercadante, atualmente existem 500 bancos públicos no mundo, que possuem um patrimônio de US$ 18,7 trilhões e são responsáveis por 10% dos investimentos globais. Ele destacou que os EUA estão investindo US$ 383 bilhões na transição energética, o que representa um subsídio estatal e uma política de compra por parte do governo. Além disso, há mais US$ 280 bilhões sendo investidos na atração de plantas industriais voltadas para microprocessadores. Na Europa, os investimentos chegam a 806 bilhões de euros.
Segundo Mercadante, esses países estão buscando se reindustrializar devido à redistribuição da cadeia global de valor. Ele ressaltou que o Brasil precisa se aproveitar dessa janela de oportunidade e garantir condições favoráveis de competição por meio do BNDES, que oferece crédito público e parcerias público-privadas para o desenvolvimento de projetos no mercado de capitais.
Mercadante argumentou que há uma diferença entre as práticas das potências econômicas e o discurso voltado para os países em desenvolvimento, que seguem a agenda neoliberal do Estado mínimo. Para ele, é necessário romper com essa cartilha para evitar um baixo crescimento econômico. Além disso, destacou que o Brasil, por ser referência de estabilidade e paz em tempos de conflitos, tem potencial para atrair investimentos.
O presidente do BNDES também abordou a demanda por crédito na Amazônia, que cresceu 204% em comparação com a média nacional. Ele ressaltou que estão sendo criadas linhas de crédito específicas para micro e pequenas empresas e que, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), foi lançada uma linha de investimentos de R$ 4,5 bilhões para a região amazônica. A perspectiva é alcançar R$ 100 bilhões com a Coalizão Verde, que engloba outros países amazônicos e promove o desenvolvimento sustentável na região.
A Coalizão Verde foi anunciada em agosto durante a Cúpula da Amazônia e é um dos mecanismos financeiros para impulsionar o desenvolvimento sustentável na região. Através dessa iniciativa, espera-se atrair investimentos tanto internos quanto externos.
Em resumo, Mercadante defendeu que o Brasil precisa seguir os passos dos EUA e da Europa ao buscar investimentos e financiamentos públicos que promovam uma reindustrialização alinhada com a transição energética. Ele destacou a importância do BNDES nesse processo e apontou a estabilidade e a paz que o Brasil oferece como um fator atrativo para investimentos. Além disso, ressaltou a necessidade de investimentos na Amazônia e a criação da Coalizão Verde como uma forma de impulsionar o desenvolvimento sustentável na região.