Nesta quarta noite de ofensivas terrestres em Gaza, Israel afirmou ter atacado 300 alvos. Durante os combates, suas tropas enfrentaram fogo antitanque e tiros dos combatentes do Hamas. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descartou os apelos internacionais por um cessar-fogo e prometeu “aniquilar” o movimento palestino.
Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, mais de 8.500 pessoas foram mortas em decorrência dos bombardeios israelenses desde o início dos conflitos em 7 de outubro, incluindo mais de 3.500 crianças. Correspondentes da AFP em Gaza registraram imagens de palestinos tentando encontrar sobreviventes nos escombros, enquanto outros rezavam ao lado dos corpos dos mortos.
A situação humanitária em Gaza é cada vez mais preocupante. As agências humanitárias da ONU alertam que o tempo está acabando para os 2,4 milhões de habitantes do território palestino, que estão sob cerco e sem acesso a água, alimentos, combustíveis e medicamentos. A ONG Médicos do Mundo denuncia a falta de material para os profissionais de saúde, que são obrigados a realizar procedimentos sem anestesia, como cesáreas e amputações.
Enquanto a guerra se desenrola em Gaza, outras regiões também são afetadas. O Exército israelense atacou a Síria e houve o aumento dos confrontos com o grupo Hezbollah na fronteira com o Líbano. Além disso, rebeldes huthis do Iêmen reivindicaram um ataque com drones contra Israel, e as Forças de Defesa do Estado hebreu interceptaram um míssil lançado da região do Mar Vermelho.
Enquanto Israel culpa o Hamas por usar hospitais como bases militares e civis como “escudos humanos”, as agências de ajuda humanitária alertam para a crise no sul de Gaza, onde não há ajuda suficiente para atender às necessidades da população. O Patriarcado Ortodoxo de Jerusalém também condenou um bombardeio que atingiu um centro cultural da igreja em Gaza.
Enquanto isso, famílias em ambos os lados sofrem com a incerteza e o medo. Muitos não têm notícias de seus parentes, enquanto outros lamentam a perda de entes queridos. A situação é descrita como um “inferno” por aqueles que estão vivendo esse conflito de perto.
Em meio a esses eventos, o Hamas divulgou um vídeo apresentando três reféns e pedindo uma troca de prisioneiros para obter sua libertação. O primeiro-ministro Netanyahu chamou o vídeo de “propaganda psicológica cruel”.
Com a escalada dos confrontos, cresce a preocupação por uma possível escalada regional do conflito. A guerra no Oriente Médio continua a causar sofrimento e mortes, e não há um fim à vista.