Banco Central corta Taxa Selic, mas decisão é considerada tímida e não impede desaceleração econômica, afirmam entidades

A decisão do Banco Central (BC) de reduzir a Taxa Selic em 0,5 ponto percentual não foi suficiente para evitar a desaceleração econômica, de acordo com entidades da indústria e centrais sindicais.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou compreensível, mas insuficiente a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). A entidade destacou que a taxa de juros real está em 8,5% ao ano, 4 pontos percentuais acima dos juros neutros, que não estimulam nem desestimulam a atividade econômica. O presidente da CNI, Ricardo Alban, afirmou que a queda de juros não está ocorrendo na velocidade necessária e que o Banco Central poderia ter iniciado uma redução mais acelerada.

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) considerou a decisão acertada, levando em conta o cenário econômico atual. A entidade destacou que as projeções para a inflação indicam estabilidade e que os indicadores econômicos de curto prazo apontam para uma desaceleração nos próximos trimestres. No entanto, a Firjan ressaltou que fatores externos, como a elevação das taxas de juros nos Estados Unidos e a guerra no Oriente Médio, trazem incertezas ao cenário atual.

As centrais sindicais também consideraram insuficiente o corte de meio ponto nos juros básicos. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirmou que a Selic ainda está em um nível alto, que atrapalha a recuperação econômica, e que ainda não é possível observar os efeitos da queda da taxa sobre os juros cobrados pelos bancos. A Força Sindical criticou a decisão do Copom, dizendo que foi tímida e insuficiente, prejudicando a economia no fim do ano. A entidade ressaltou que os juros continuam altos e inibem o consumo, o crédito e a geração de empregos.

De acordo com as entidades, a queda dos juros não está ocorrendo na velocidade necessária para impulsionar a economia. Enquanto a indústria e as centrais sindicais pedem uma postura mais ousada do Banco Central, o cenário internacional traz incertezas que podem afetar os rumos da economia brasileira. A solvência da dívida pública e o compromisso com o equilíbrio fiscal são fatores essenciais para reduzir as incertezas e favorecer a continuidade dos cortes de juros.

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