Deputados de Honduras nomeiam chefes do Ministério Público e geram polêmica com a oposição após meses de disputas.

Os deputados governamentais de Honduras provocaram polêmica nesta quarta-feira (1º) ao forçarem a nomeação interna de dois chefes do Ministério Público, gerando indignação entre os opositores após dois meses de disputas.

A comissão permanente do Congresso, composta por nove deputados governamentais, nomeou por unanimidade os advogados Johel Zelaya como procurador-geral e Mario Morazán como procurador-geral adjunto, em uma atitude que gerou controvérsia. O presidente do Congresso, Luís Redondo, que também chefiava a comissão permanente, argumentou que tinha a atribuição de “eleger interinamente” os substitutos dos funcionários que encerraram seus mandatos, mas a oposição não concordou com essa justificativa.

Essa nomeação foi feita pela comissão do Congresso devido ao início de um recesso legislativo, dois meses depois de os procuradores-gerais Oscar Chinchilla e Daniel Sibrián concluírem seus mandatos de cinco anos, sem que seus sucessores tenham sido escolhidos.

No entanto, devido às disputas entre os dois blocos, que individualmente não possuem a maioria necessária para designar os substitutos, o Congresso não pôde realizar a eleição dos mesmos. Assim, Sibrián continuou atuando como procurador-geral, o que foi repudiado pela situação.

Com a nomeação dos interinos, os deputados da comissão permanente foram acusados de cometerem crimes de traição à pátria, abuso de autoridade e violação dos deveres. David Chávez, presidente do Partido Nacional (direita), afirmou que os deputados cometeram esses crimes ao nomear os interinos.

Diante dessa situação, Thomas Zambrano, líder da bancada da oposição, juntamente com outros membros da oposição, posicionaram-se na entrada do prédio do Ministério Público em Tegucigalpa para tentar impedir a entrada dos procuradores designados. Zambrano expressou sua insatisfação com a comissão permanente, afirmando que “estão cometendo um abuso e mais uma ilegalidade”.

A situação em Honduras está próxima de um impasse, com confrontos entre a situação e a oposição. Na noite de terça-feira, três deputados da oposição ficaram feridos ao serem atacados por ativistas do partido governista Libre (esquerda) com garrafas, paus e pedras.

Enquanto isso, o deputado governamental Bartolo Fuentes acusa os legisladores opositores de tentarem proteger o Ministério Público em seus vínculos com a corrupção e o narcotráfico. Fuentes faz referência ao ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández, do partido de direita PN, que está preso em Nova York por tráfico de drogas.

A situação política em Honduras continua tensa e o impasse sobre a nomeação dos chefes do Ministério Público ainda não foi resolvido. Enquanto isso, a população fica cada vez mais dividida diante das disputas entre os dois blocos políticos.

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