Governo argentino adia aumento de impostos sobre combustíveis para 2024 visando evitar altas expressivas de preços

O governo argentino anunciou nesta quinta-feira que adiou o aumento dos impostos sobre os combustíveis para fevereiro de 2024. Essa decisão foi tomada com o objetivo de evitar maiores altas nos preços, em um momento em que o país enfrenta uma inflação anual que ultrapassa os 140%.

O decreto que estabelece o adiamento foi publicado no Diário Oficial e justifica a medida como uma forma de garantir a estabilização necessária e a evolução adequada dos preços.

Na terça-feira, expirou um acordo de preços com as petrolíferas que permitia aumentos de quase 10% a partir de hoje. Com isso, o valor da gasolina premium poderia chegar a quase 400 pesos (equivalente a US$1,10 ou R$5,50, na cotação atual).

Segundo o ministro da Economia e candidato presidencial, Sergio Massa, o governo decidiu não aumentar a participação nos impostos para evitar que a gasolina suba mais do que o necessário.

De acordo com o cronograma fiscal do setor, o aumento do imposto sobre os combustíveis deveria ser aplicado em janeiro, abril, julho e outubro de cada ano. Entretanto, o governo optou por adiar o aumento neste momento delicado para a economia do país.

O adiamento ocorre em um momento em que a escassez de combustíveis na Argentina está se normalizando lentamente. Os consumidores vinham enfrentando longas filas nos postos de abastecimento devido à falta desses produtos.

O governo argentino acusou as petrolíferas de especularem para forçar um aumento nos preços. Segundo dados oficiais, a produção de petróleo alcançou os 645 mil barris diários em setembro, o que representou uma melhora de 7% em relação ao mesmo período do ano passado.

Além dessa medida, a Argentina também realizou um pagamento de US$2,6 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O país tem um acordo de US$44 bilhões com o FMI e, após esse pagamento, suas reservas internacionais caíram para US$21,86 bilhões.

No final de agosto, a Argentina já havia recebido US$7,5 bilhões do FMI, totalizando US$36 bilhões desembolsados até o momento. Esses recursos são importantes para ajudar o país a enfrentar a crise econômica e o alto nível de endividamento.

Em resumo, o governo argentino adiou o aumento dos impostos sobre os combustíveis como forma de evitar maiores altas de preços em um momento de inflação alta. Essa decisão foi tomada em meio a acusações de especulação por parte das petrolíferas e em meio à normalização da escassez de combustíveis no país. Além disso, a Argentina realizou um pagamento ao FMI para ajudar a enfrentar a crise econômica que vem enfrentando nos últimos anos.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo