Essa popularidade de Trump é uma preocupação para a Casa Branca, já que uma possível revanche com o atual presidente Joe Biden dentro de um ano para as eleições presidenciais indica um cenário desafiador para os democratas. Para o historiador Mike Cullinane, Trump representou uma mudança na política americana ao dar voz ao racismo, machismo, xenofobia e sentimentos anti-imigrantes que existem desde os primórdios do país.
Mesmo com a insurreição de 2021, quando Trump foi acusado de incitar uma invasão ao Capitólio por seus apoiadores, sua popularidade cresceu entre seus seguidores. Além disso, sua influência na disputa interna pelo cargo do presidente da Câmara de Representantes mostra que o partido republicano ainda o teme.
O maior trunfo de Trump, segundo especialistas, é sua autenticidade. Ele se apresenta como alguém que luta pelo povo e não tem ligação com interesses empresariais ou midiáticos. Ao longo da última década, Trump tem se dedicado a representar os americanos que se sentem deixados para trás pela economia moderna, ganhando a lealdade daqueles que sentem suas necessidades serem ignoradas pelas elites corruptas.
A retórica sem filtros de Trump também é admirada por seus apoiadores, que respeitam sua sinceridade. Por outro lado, as várias acusações e reportagens negativas sobre sua pessoa apenas reforçam a narrativa de uma “caça às bruxas” que ele denuncia constantemente.
Os apoiadores de Trump frequentemente minimizam a importância dos escândalos e acusações contra ele. Os cristãos evangélicos, por exemplo, enxergam sua luta contra o direito ao aborto como uma prova de seu comprometimento com os valores cristãos. Para eles, Trump é o político que verdadeiramente representa seus valores e merece sua lealdade.
Enquanto os democratas enfrentam o desafio de lidar com o apoio inabalável a Trump, estrategistas eleitorais recomendam que eles concentrem seus esforços em conquistar os indecisos e independentes que levaram Trump ao poder em 2016 e que se decepcionaram com seu governo nos quatro anos seguintes. A estratégia de simplesmente se opor a Trump já não é mais suficiente, é necessário oferecer algo além do “eu não sou Trump” para conquistar novos eleitores.