Escritório da AFP na Faixa de Gaza é gravemente danificado por ataque do Exército israelense

O escritório da Agence France-Presse (AFP) na Faixa de Gaza sofreu graves danos em um ataque ocorrido na quinta-feira (2), de acordo com informações de um colaborador da agência nesta sexta-feira (3). O Exército israelense afirmou que bombardeou “perto” do escritório, mas negou ter atingido o prédio de “nenhuma maneira”.

Localizado em um edifício de onze andares, o escritório da AFP é o único entre as três principais agências de notícias internacionais a transmitir um “vídeo ao vivo” diretamente da cidade de Gaza. Apesar dos danos causados pelo ataque, a comunicação não foi interrompida.

Segundo o colaborador da AFP, que conseguiu se aproximar do local nesta sexta-feira, um artefato explosivo atingiu o escritório, que fica no último andar do prédio. A explosão destruiu a parede oposta à janela e causou grandes danos nas duas salas adjacentes. Além disso, os depósitos de água, localizados no terraço do prédio, também foram destruídos pela onda explosiva.

Em resposta às acusações, um porta-voz do Exército israelense afirmou que seus serviços “verificaram [a informação] várias vezes” e que não houve bombardeio no edifício em questão. No entanto, mais tarde, o porta-voz militar declarou que, de acordo com as informações disponíveis até o momento, parece ter ocorrido um ataque das Forças de Defesa de Israel (FDI) perto do prédio para eliminar uma ameaça iminente.

O presidente da AFP, Fabrice Fries, condenou veementemente o bombardeio, destacando que a localização do escritório era conhecida por todos, justamente para evitar ataques desse tipo e permitir a cobertura jornalística no local. Jodie Ginsberg, presidente do Comitê para a Proteção de Jornalistas, e a Federação Internacional de Jornalistas também se pronunciaram, afirmando que atacar os meios de comunicação é um crime de guerra.

Felizmente, no momento do impacto, nenhum dos oito funcionários e colaboradores permanentes da AFP que estavam habituados a trabalhar no escritório de Gaza estava presente. Eles foram enviados para o sul da Faixa de Gaza no dia 13 de outubro, após um pedido do Exército israelense para que a população deixasse o norte do território.

A guerra entre Israel e o Hamas teve início após um ataque sem precedentes do grupo islâmico em solo israelense, que resultou na morte de cerca de 1.400 pessoas, a maioria civis. Desde então, Israel tem realizado bombardeios intensivos na região com o objetivo de “aniquilar” o Hamas. Segundo o grupo islâmico, mais de 9.000 pessoas, incluindo 3.800 crianças, morreram em Gaza.

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