Famílias de vítimas israelenses acusam o Hamas de crimes de guerra perante o Tribunal Penal Internacional.

Nove famílias das vítimas israelenses dos ataques do Hamas apresentaram uma denúncia por crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio perante o Tribunal Penal Internacional (TPI). De acordo com seu advogado, as famílias também solicitaram que o promotor do TPI emita um mandado de prisão internacional contra os líderes do Hamas.

Os ataques do movimento islamita palestino, que governa a Faixa de Gaza, ocorreram em 7 de outubro e foram considerados sem precedentes em solo israelense. Segundo as autoridades israelenses, os ataques resultaram em mais de 1.400 mortos. As nove famílias que apresentaram a denúncia eram todas civis e muitas delas estavam no festival de música “Tribe of Nova”.

A denúncia destaca que os terroristas do Hamas não negam os crimes cometidos, que foram documentados e divulgados amplamente. Afirmam ainda que esses fatos não podem ser contestados. O advogado responsável pelo caso, François Zimeray, ressaltou em entrevista que perante à barbárie, a força do direito deve prevalecer.

Zimeray explicou que recorreu ao TPI porque considera esse tribunal o herdeiro do julgamento de Nuremberg. Segundo ele, o TPI é a melhor construção da comunidade internacional para enfrentar adequadamente as atrocidades em massa. O advogado lembrou que qualquer indivíduo ou grupo pode apresentar um caso ao tribunal, porém, cabe ao promotor iniciar uma investigação.

Procurado pela AFP, o TPI não confirmou o recebimento da denúncia. No entanto, vale ressaltar que o TPI iniciou uma investigação em 2021 sobre Israel, o Hamas e outros grupos armados palestinos por possíveis crimes de guerra nos territórios palestinos. O promotor do TPI, Karim Khan, afirmou que qualquer suposto crime de guerra no atual conflito estaria sob a jurisdição do tribunal.

Ainda assim, as equipes do TPI não puderam entrar em Gaza ou Israel, já que este último não é membro do tribunal. O desenrolar dessa denúncia e das investigações do TPI sobre os supostos crimes de guerra ainda é incerto, mas o caso chama a atenção para a gravidade dos acontecimentos e a busca por justiça por parte das famílias das vítimas israelenses.

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